domingo, 19 de dezembro de 2010

COMER MENOS PODE ESTAR RELACIONADO A UMA VIDA MAIS LONGA

Fonte: Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Porém, estudo mostra que ainda é preciso comparar os efeitos dessa restrição calórica com a alteração na qualidade da dieta.

A restrição calórica (RC) é uma das formas de intervenção nutricional mais discutida para se estender o tempo de vida em uma variedade de espécies. No entanto, o efeito da RC na longevidade em humanos ainda não está bem estabelecido e mais pesquisas são necessárias para que os mecanismos celulares e moleculares responsáveis pelos efeitos terapêuticos da restrição calórica sejam elucidados. Isso é o que mostra o estudo “O efeito da restrição calórica na longevidade”, publicado em junho de 2009, na revista Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia.

As autoras, Patrícia Genaro, Karin Sarkis e Ligia Martini, explicam que a restrição calórica é definida como uma redução da ingestão calórica, sem desnutrição, e que existem duas hipóteses sobre o mecanismo biológico responsável pelo efeito da restrição calórica na longevidade.

A primeira hipótese – chamada pelas autoras de “Hipótese da redução da gordura corporal e sinalização da insulina” – considera que a redução de consumo alimentar diminui os níveis de glicose no sangue. Isto leva a uma diminuição da produção de insulina e, consequentemente, a uma diminuição do depósito do tecido adiposo branco. Este tecido quando alterado poderia modificar a secreção de alguns hormônios, o que resultaria em uma melhor sensibilidade à insulina em diversos tecidos, como muscular e hepático. Essas mudanças poderiam levar ao aumento da expectativa de vida.

Já a segunda hipótese – intitulada “Hipótese da redução da produção de espécie reativa de oxigênio e atenuação dos danos oxidativos” – estabelece que a restrição calórica promove uma melhora nos danos oxidativos, além de melhorar o sistema de reparo do DNA celular. Os danos oxidativos estão relacionados ao envelhecimento e à origem de doenças crônicas não transmissíveis, como aterosclerose, diabetes, artrite reumatóide e câncer.

As autoras, baseadas em outros estudos sobre o tema, mostram que as informações disponíveis sugerem que a redução de 20% a 30% de calorias na dieta diminuiria o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. No entanto, elas acreditam que ainda é necessário comparar, idealmente por meio de ensaios clínicos aleatórios, o efeito da redução na ingestão alimentar e a alteração na qualidade da dieta, uma vez que ambos parecem ser estar relacionados.

Fonte: http://www.velhosamigos.com.br/

Postado por: Leonardo Araújo

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