sexta-feira, 4 de maio de 2012

Por uma alimentação sustentável, variada e sem pressa

Mil e uma tarefas, o horário do almoço minguando, hora de recorrer à cadeia de fast food mais próxima para “ganhar tempo”: cena cotidiana, especialmente a partir das últimas décadas do Século 20, já que são poucos aqueles que conseguem dedicar tempo para preparar uma alimentação saudável. Entretanto, na contramão, há cada vez mais pessoas no mundo que se levantaram contra a tendência à alimentação “rápida e pasteurizada”: os adeptos do slow food, um estilo de vida que propõe resgatar os prazeres da boa mesa, unindo o prazer da alimentação à ecogastronomia, preservando os sabores regionais e a biodiversidade agrícola.

O movimento slow food prega o direito e a valorização do prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais cuja fabricação respeite o meio ambiente e os produtores. Dentre seus princípios estão a restituição da dignidade cultural ao alimento, favorecimento da sensibilidade do gosto e luta pela preservação e uso sustentável da biodiversidade.

Seus seguidores buscam a proteção de espécies vegetais e animais, contribuindo com a defesa do meio ambiente, da cozinha típica regional, dos produtos saborosos e do prazer da alimentação. Há inclusive um catálogo, a Arca do Gosto, criado em 1996, que reúne produtos de todo o mundo ameaçados de extinção, mas que ainda resistem e possuem potencial de cultivo e comercialização. Dentre os produtos brasileiros na lista, podemos destacar o pirarucu, o umbu, o palmito juçara, o pequi e a mangaba.

“Por que maltratar o que a gente vai comer?”

O slow food também ganhou adeptos dentro da alta gastronomia. Cresce entre os chefs a defesa dos ingredientes orgânicos, regionais e sazonais e do resgate da simplicidade na cozinha. É cada vez mais notória a necessidade de que o gastrônomo precisa ser o que Carlo Petrini (fundador do Movimento Slow Food) definiu como coprodutor: alguém conhecedor da agricultura e pecuária, das condições dos trabalhadores do campo, da procedência dos produtos, que rejeita meios de transporte poluidores em excesso e empresas que arruínam culturas locais ao se instalarem nas comunidades.

No último Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, chefs falaram da importância do slow food e da sustentabilidade na gastronomia. O evento gastronômico foi originalmente organizado pelo falecido chef Paulo Martins – único brasileiro no ranking Top Green Chefs. Ele ocorre há dez anos em Belém do Pará e, agora, é organizado pela esposa de Martins, Tânia, e suas filhas, Joana e Daniela.

Em palestra no evento, o chef Alex Atala (D.O.M. e Dalva & Dito, em São Paulo) ressaltou a importância da sustentabilidade na gastronomia desde a cadeia de produção do alimento, com respeito aos períodos de manejo, plantio e colheita dos frutos, da pesca de determinadas espécies, assim como da aquisição de ingredientes produzidos o mais próximo possível, para gastar menos recursos naturais e combustível, e gerar riquezas para as populações locais. Atala também atentou para a forma como o alimento é conhecido e tratado pelos produtores, revendedores e consumidores: “falta às pessoas conhecer mais a respeito dos ingredientes locais e, principalmente, falar melhor a respeito deles, sistematizar as informações sobre o que é nosso. Além disso, o modo como os alimentos são manuseados e armazenados por vezes faz com que a qualidade deixe a desejar. Fica o questionamento: por que maltratar o que a gente vai comer? O comércio sustentável e limpo dos produtos só traz benefícios para a população local”.

In loco é mais saboroso

O chef Carlos Bertolazzi (Spago e Zena Caffè, em São Paulo) foi enfático ao dizer que é importante conhecer ingredientes de diversas regiões do país e do mundo, mas que o interessante é que se vá à região onde eles são produzidos ao invés de retirá-los do local de origem. Utilizando a cozinha paraense como exemplo, o chef disse que é muito diferente consumir os produtos mais frescos e saborosos na atmosfera amazônica: “venham para o Pará, não levem o Pará daqui”.

O chef Fábio Sicília (Famiglia Sicilia, no Pará) comentou sobre o respeito à sazonalidade dos ingredientes: “as pessoas querem comer tomate o ano inteiro, mas o tomate não dá o ano inteiro”, afirma. Fábio é líder e fundador do Convivium Amazônia, um dos muitos convivia slow food espalhados pelo mundo. Os convivia são grupos locais que divulgam a filosofia do slow food e conectam os pequenos produtores de qualidade à grande rede formada pelo movimento, fazendo manifestações para valorizá-los e aproximá-los dos consumidores. Só no Brasil, há atualmente 30 convivium. Ao redor do mundo, mais de 1.500.

Além de promover uma relação mais saudável do homem com o alimento, a filosofia slow food chama a atenção para a relação homem-natureza, mostrando que podemos contribuir para a proteção ambiental enquanto nos alimentamos, além de beneficiar a cultura e a economia dos produtores da região onde moramos ou visitamos. O turismo gastronômico é uma das áreas de potencial que o movimento slow food pode impulsionar.

* Publicado originalmente no site Adital.
Postado por: Leonardo Araújo


Quem cuida do cuidador?

As primeiras e mais ancestrais cuidadoras são nossas mães e avós, que desde o início da humanidade cuidaram de sua prole. Caso contrário, não estaríamos aqui escrevendo sobre o cuidado.

Neste contexto, queremos mencionar duas figuras, verdadeiros arquétipos do cuidado: o médico suíço Albert Schweitzer (1875-1965) e a enfermeira inglesa Forence Nightingale (1820-1910).

Albert Schweitzer era exímio exegeta bíblico e um dos maiores concertistas de Bach de seu tempo. Aos trinta anos, já com fama em toda a Europa, largou tudo, estudou medicina para, no espírito das bem-aventuranças de Jesus, cuidar dos mais pobres dos pobres (os hansenianos), em Lambarene no Gabão. Numa de suas cartas confessa explicitamente: “o que precisamos não é de missionários que queiram converter os africanos, mas de pessoas dispostas a fazer aos pobres o que deve ser feito, se é que o Sermão da Montanha e as palavras de Jesus possuem algum valor. Minha vida não está nem na arte nem na ciência, mas em ser um simples ser humano que no espírito de Jesus faz algo por insignificante que seja”. Foi dos primeiros a ganhar o Prêmio Nobel da Paz.

Por cerca de quarenta anos viveu e trabalhou num hospital por ele construído com o dinheiro de turnês de concertos de Bach. Nas poucas horas vagas, teve tempo para escrever vasta obra centrada na ética do cuidado e do respeito pela vida. Formulou assim seu lema: “a ética é a responsabilidade ilimitada por tudo o que existe e vive”. Numa outra obra assevera: “a ideia-chave do bem consiste em conservar a vida, desenvolvê-la e elevá-la ao mais alto valor; o mal consiste em destruir a vida, prejudicá-la e impedir que se desenvolva plenamente; este é o princípio necessário, universal e absoluto da ética”.

Outro arquétipo do cuidado foi a enfermeira inglesa Florence Nightingale. Humanista e profundamente religiosa, decidiu melhorar os padrões da enfermagem em seu país.

Em 1854, com outras 28 companheiras, Florence se deslocou para o campo de guerra na Crimeia da Turquia, onde se empregavam bombas de fragmentação que produziam muitos feridos. Aplicando no hospital militar a prática do rigoroso cuidado, em seis meses reduziu de 42% para 2% o número de mortos. Este sucesso granjeou-lhe notoriedade universal.

De volta ao seu país, e depois nos Estados Unidos, criou uma rede hospitalar que aplicava o cuidado como eixo norteador da enfermagem e como sua ética natural. Florence Nightingale continua a ser uma referência inspiradora.

O operador da saúde é por essência um curador. Cuida dos outros como missão e como opção de vida. Mas quem cuida do cuidador, título de um belo livro do médico Dr. Eugênio Paes Campos (Vozes, 2005)?

Partimos do fato de que o ser humano é, por sua natureza e essência, um ser de cuidado. Sente a predisposição de cuidar e a necessidade de ser ele também cuidado. Cuidar e ser cuidado são existenciais (estruturas permanentes) e indissociáveis.

É notório que o cuidar é muito exigente e pode levar o cuidador ao estresse. Especialmente se o cuidado constitui, como deve ser, não um ato esporádico, mas uma atitude permanente e consciente. Somos limitados, sujeitos ao cansaço e à vivência de pequenos fracasos e decepções. Sentimo-nos sós. Precisamos ser cuidados, caso contrário, nossa vontade de cuidar se enfraquece. Que fazer então?

Logicamente, cada pessoa precisa enfrentar com sentido de resiliência (saber dar a volta por cima) esta situação dolorosa. Mas este esforço não substitui o desejo de ser cuidado. É então que a comunidade do cuidado, os demais operadores de saúde, médicos e o corpo de enfermagem devem entrar em ação.

O enfermeiro ou a enfermeira, o médico e a médica sentem necessidade de serem também cuidados. Precisam se sentir acolhidos e revitalizados, exatamente, como as mães fazem com seus filhos e filhas. Outras vezes, sentem necessidade do cuidado como suporte, sustentação e proteção, coisa que o pai proporciona a seus filhos e filhas.

Cria-se então o que o pediatra R. Winnicott chamava de holding, quer dizer, aquele conjunto de cuidados e fatores de animação que reforçam o estímulo para continuarem no cuidado para com os pacientes.

Quando este espírito de cuidado reina, surgem relações horizontais de confiança e de mútua cooperação, se superam os constrangimentos, nascidos da necessidade de ser cuidado.

Feliz é o hospital e mais felizes são ainda aqueles pacientes que podem contar com um grupo de cuidadores. Já não haverá “prescrevedores” de receitas e aplicadores de fórmulas, mas “cuidadores” de vidas enfermas que buscam saúde. A boa energia que se irradia do cuidado corrobora na cura.

* Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor, autor de Tempo de Transcendência: o ser humano como projeto infinito, Vozes, 2005.

** Publicado originalmente no site Adital.

Postado por: Leonardo Araújo

Baixa autoestima e solidão estimulam o vício em internet

                                                                                                                                                                                      Aproximadamente 45 milhões de pessoas são consideradas usuários ativos.

A praticidade e a agilidade proporcionadas pela web provocam, em alguns usuários, o isolamento do mundo real, levando-os a buscar, nos meios digitais e eletrônicos, refúgio para problemas do cotidiano. Pesquisa realizada pelo Ibope, em agosto de 2011, apontou que mais de 45 milhões de pessoas são consideradas usuários ativos da internet. Entretanto, nem sempre este relacionamento é saudável. Com o fácil acesso proporcionado pelo uso de celulares e tablets, por exemplo, o uso da tecnologia surge como um perigo para aqueles que não conseguem se desconectar, por um só minuto, das redes de relacionamento e jogos online.

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, 10% dos entrevistados referem-se à internet como um meio de conforto e consolo para situações negativas. “Aspectos psicológicos e sociais, tais como a depressão, a solidão, o isolamento e as fobias sociais, são fatores para que o dependente em internet encontre no mundo virtual formas de desabafar, desestressar e conseguir novos amigos”, diz a doutora Dora Sampaio Goes, psicóloga do grupo de Dependência da Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Pessoas com características como timidez e baixa proatividade estão mais suscetíveis ao desenvolvimento deste transtorno. “Grande parte dos viciados é de indivíduos que já apresentam o quadro de alguma doença psiquiátrica, como o TOC ou o déficit de atenção”, informa a especialista.

Relacionamento interpessoal

Em muitos casos, as pessoas colocam em risco seus respectivos empregos e o convívio familiar em razão dos vícios em jogos eletrônicos e internet. Para a psicóloga, negligenciar tarefas do cotidiano para passar mais tempo na web, como deixar de cumprir compromissos, acarreta em prejuízos na vida social da pessoa.

Outra questão é a criação de uma segunda identidade. A fim de esconder características pessoais para impressionar o outro, internautas encontram na virtualidade um campo propício para agir de maneira mais livre do que reagiria pessoalmente. Neste cenário, os meios digitais agregam pessoas que, por vergonha e receio de conversar e expor suas ideias, ou mesmo para enaltecer uma personalidade falsa, sentem-se encorajados em relacionar-se.

Adolescentes e jovens são o perfil mais suscetível aos encantos da internet. Por isso, segundo a doutora Dora Sampaio Goes, os pais devem ficar atentos ao relacionamento dos filhos com as novas tecnologias. “Os pais devem restringir o tempo de uso, propor outras atividades que não são ligadas à internet e ter um relacionamento aberto e franco com o filho para entender qual é o uso que eles fazem desta ferramenta”, reforça a doutora Dora Sampaio Goes.

“Quando se fala em internet, podemos associar ao uso descontrolado e dependência absurda do celular. Qualquer assunto é motivo para se conectar e isto acaba resultando em uma fissura”, diz a psicóloga, acrescentando que o tratamento oferecido pelo Hospital das Clínicas de São Paulo tem abordagem multidisciplinar. “Primeiro é feita uma pré-triagem para detectar os sintomas, em seguida, é realizada uma consulta com o psiquiatra. Após estes procedimentos, é encaminhado ao paciente um plano terapêutico, que pode ser feito individualmente ou em grupo. O tratamento é feito com acompanhamento psicológico e psiquiátrico”, conclui.

* Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.
(Saúde em Pauta)
Postado por: Leonardo Araújo


Brasil registra aumento nos casos de acidentes de trabalho

Empresas que seguem à risca o protocolo garantem boa saúde ao funcionário.

Neste 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho, o tão esperado feriado pode não ser tão agradável para alguns brasileiros incluídos nas estatísticas de doenças e acidentes causados no ambiente de trabalho. Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, em uma sequência crescente, o Brasil teve 340 mil acidentes de trabalho em 2001, 653 mil no ano de 2007, e 723 mil ocorrências em 2009, sendo 2.496 óbitos, quase sete pessoas mortas diariamente decorrentes de acidentes ocasionados no serviço ou no percurso entre a residência e o trabalho.

Os tipos de doenças e acidentes de trabalho variam conforme o segmento da empresa, o porte e a responsabilidade da instituição em preservar a vida dos funcionários. Em se tratando de escritório, por exemplo, as lesões e inflamações de membros são as mais comuns. No entanto, ao contrário do que se propagava anteriormente, a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) é causada prioritariamente pelo estado emocional do funcionário e não apenas pela repetição dos movimentos. “85% dos casos identificados no passado como LER, incluindo até pessoas que já estão aposentadas e têm buscado a revisão junto ao INSS, observa-se hoje que se tratava de questões ligadas à saúde mental, como alterações psicossomáticas ou quadros de depressão”, alerta o ortopedista e presidente do Comitê de Mão da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, doutor Paulo Randal Pires.

De acordo com o ortopedista especialista, para evitar a patologia, o trabalhador precisa estar atento à sua ergonomia, ou seja, observar a posição, os apoios e procurar relaxar a musculatura, mantendo uma posição correta frente ao computador. Fazer intervalos durante o trabalho e movimentar o corpo também são atitudes importantes. Mas é a prática de atividades físicas que vai “dar um bom condicionamento físico, melhorando a parte muscular do corpo, e ainda ajudar na saúde mental, por conta da liberação de endorfina”, reforça o especialista.

Fatores de risco

A implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o chamado PPRA, criado pela Secretaria de Segurança e Saúde do Ministério do Trabalho, prevê as normas de segurança que devem ser seguidas pelas empresas e elenca os seguintes pontos como fatores de risco: agentes físicos (ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas externas, radiações ionizantes e não ionizantes), agentes químicos (poeira, fumo, névoas, neblinas, gases e vapores), e agentes biológicos (vírus, bactérias, fungos, parasitas). A exposição excessiva a qualquer uma dessas situações e sem os cuidados devidos podem ocasionar sérios danos à saúde.

Programas de treinamento, orientação sobre o uso correto de equipamentos de segurança e realização de exames médicos periódicos são ações fundamentais para uma manutenção saudável do ambiente e da saúde do trabalhador. Ao mesmo tempo, cada funcionário precisa ter em mente a importância de cumprir os requisitos exigidos pela empresa com o intuito primordial de garantir a sua própria vida.

Histórico

Primeiro país a ter um serviço obrigatório de segurança e medicina do trabalho em empresas, criado em 1972, o Brasil e suas instituições seguem em busca de se adequar às normas de segurança e, sobretudo, de reduzir os números geralmente explícitos em seus murais dos acidentes e doenças de trabalho.

* Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/

Postado por: Leonardo Araújo




Cinco dicas de saúde que perderam a validade

Fique atento a velhas ideias largamente aceitas e que andam sendo contestadas pelos médicos. Abaixo você confere uma lista de cinco dicas de saúde que estão sendo questionadas por novos estudos.

1. Uma aspirina por dia faz bem para a saúde

Se você é saudável, não é necessário fazer a terapia da aspirina, apesar de se saber que o consumo diário de aspirinas pode prevenir enfartes do coração em pessoas com doenças coronárias. Porém, um estudo da organização European-based Aspirin for Asymptomatic Atherosclerosis (AAA), publicado na Espanha, diz que pessoas saudáveis que tomam aspirinas diariamente para prevenir problemas do coração podem na realidade tornar-se mais propensas a terem acidentes vasculares cerebrais (AVC) hemorrágicos ou sangramentos internos no corpo, o que não compensaria o risco. Para essas pessoas, o exercício diário ainda é a melhor opção.

2. Correr faz mal ao joelho

Durante muito tempo os médicos sugeriram que nadar e andar era melhor do que correr, pois se assumia que esta prática, com o tempo, destruiria o joelho. Novos estudos mostram que correr e ter problemas nos joelhos são duas coisas diferentes. Uma pesquisa da Universidade de Stanford, Estados Unidos, mostrou que, em 20 anos, apenas 7% de um grupo de corredores pesquisados tiveram problemas nos joelhos. Os maiores problemas foram associados a ferimentos fora da corrida e por correr de forma errada ou com equipamento de má qualidade.

3. Bronzeado é sinônimo de saúde

Radiação ultravioleta causa câncer, já se sabe. Em 2009, a superexposição ao Sol se juntou ao tabaco na lista dos maiores causadores de câncer no mundo. Na realidade, é necessário algum tempo ao Sol para que o organismo absorva vitamina D. O que se discute agora é qual o tempo mínimo que se deve ficar ao Sol.

4. Comida saudável a qualquer custo

Nada errado em uma alimentação saudável, certo? Mas qual o limite? Nos últimos anos, os médicos identificaram um transtorno alimentar chamado por alguns de “ortorexia nervosa”. São aqueles indivíduos que simplesmente não aceitam a ideia de comer qualquer coisa que não seja natural. Outros adotam dietas restritivas em longo prazo e ainda há aqueles que optam por comer somente comidas de uma culinária exótica específica (normalmente ligada a uma ideia de purificação corporal). Seja qual for a opção, a obsessão pode resultar em falta de vitaminas. Quanto mais variada a alimentação, mais seu corpo se torna saudável.

5. Margarina é melhor que manteiga

Margarina pode ter menos colesterol que a manteiga, mas agora se sabe que a gordura trans contida na margarina não só pode aumentar os índices de colesterol “ruim” como diminuir o colesterol “bom”. Em vez de substituir a manteiga, tente diminuir o consumo ou trocar por óleo de oliva (que é uma opção saborosa).

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.

(O que eu tenho)

Fonte: http://envolverde.com.br/saude/

Postado por: Leonardo Araújo




O estresse também pode ser bom

Sempre que falamos em estresse pensamos em sensações negativas atreladas às mais variadas situações de adversidade, ou seja, ele é naturalmente relacionado a algo que faz mal à saúde. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, o conceito criado pelo médico canadense Hans Selye é mais amplo. O estresse, em si, não é negativo ou positivo, adquirindo esta característica de acordo com a forma da pessoa vivenciar uma determinada situação. Por isso, temos o eustresse (“eu” do grego: bom, bonito) e o distresse (“dis” do grego: mal estado, defeito, dificuldade).

Então, o estresse também pode ser usado na perspectiva positiva, é o “estresse bom”, necessário à vida e que se manifesta quando acontecem fatos construtivos e percebidos pelo indivíduo como interessantes, como por exemplo, uma promoção no trabalho que pode trazer mais responsabilidades, mas também mais satisfações. Ou como um atleta que vai participar de uma prova de cem metros rasos, e antes da competição seu organismo se prepara aumentando a atenção, força física e resistência necessária para se alcançar o objetivo no curto prazo. Em outras palavras, temos o eustresse quando a experiência é desejada e nos proporciona uma sensação de bem-estar, causando sentimentos de satisfação e uma sensação de ter domínio do contexto.

O foco da pessoa é no resultado, na realização, na solução e não na dificuldade

No entanto, o que mais conhecemos é o distresse, o “estresse negativo”, aquele que provoca desequilíbrios emotivos e físicos, quando a sensação prevalente é a de que não conseguimos ter domínio do contexto e dos fatos.

Isto acontece, por exemplo, nos momentos de uma demissão imprevista ou uma doença. Nos dias de hoje, muito do “estresse negativo” é causado pela sensação de frustração que a vida moderna nos “obriga” a experimentar como reação às dificuldades, pressões e desafios que surgem para os seres humanos, em suas esferas pessoal e profissional.

Por isso, a maioria das pessoas vive em constante fase de resistência prolongada ao estresse, mesmo sem fatos de estresse agudo. Nessa contínua condição, o nosso organismo apresenta específicas reações químicas e físicas, como a sensação de “estou em perigo”, e, muitas vezes, a pessoa reage de modo desproporcional e exagerado até mesmo a estímulos de estresse de pouca relevância. Nessa presença de estresse duradouro, encontramos profissionais reclamando que estão pilhados ao fim do expediente e nos finais de semanas, com a famosa agitação mental e falta de energia vital. O foco da pessoa permanece na dificuldade, no problema, no impasse e na adversidade.

Busque momentos de prazer

Existem indivíduos que confundem a perda de energia com cansaço e acreditam que um fim de semana de sono poderá resolver tudo. Porém, vale lembrar que dormir nem sempre repõe a energia vital. A melhor solução para reconstituir o ânimo de viver é praticar simples atos que gerem momentos de prazer e participar de atividades lúdicas.

Todos têm condições de realizar ações naturais como andar com os pés no chão, tomar um banho de cachoeira, ou seja, coisas que quebram completamente a rotina e são capazes de proporcionar uma sensação de bem-estar. Valorize a simplicidade e as pequenas coisas da vida.

Fuja do superficial e busque a sua verdadeira essência. Participar de atividades inocentes, e algumas vezes consideradas infantis, nos permite lidar com a vida de forma mais leve, transformando o distresse em eustresse.

Vale lembrar que as formas positivas e negativas de estresse sempre estarão presentes no cotidiano e todos nós temos condições de conduzir as situações para o melhor caminho. Uma das soluções é reverter as possíveis dificuldades por meio de atividades que proporcionarão momentos de plenitude. Na realidade, os fatos sempre têm relação com os significados pessoais e únicos, a diferença sempre é como vivenciamos as situações da nossa vida.

* Eduardo Shinyashiki é consultor e especialista em Desenvolvimento Humano.

** Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.


Postado por: Leonardo Araújo



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dieta dos brasileiros tem excesso de gordura saturada

Brasília – Estudo divulgado nesta terça-feira, 10 de abril, pelo Ministério da Saúde, indica que a população brasileira se alimenta de forma inadequada e consome gordura saturada em excesso. Dados mostram que 34,6% não dispensam carne gordurosa, enquanto 56,9% das pessoas bebem leite integral regularmente. Outro fator preocupante é o consumo de refrigerante: 29,8% dos brasileiros tomam a bebida pelo menos cinco vezes por semana.

A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) aponta também que o consumo de frutas e hortaliças no país é baixo. Apenas 20,2% das pessoas ingerem cinco ou mais porções por dia, quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o Ministério, os homens, sobretudo os mais jovens, alimentam-se pior que as mulheres, já que não costumam tirar a pele do frango ou a gordura da carne vermelha antes de comer. A população masculina chega a consumir quase duas vezes mais carne com excesso de gordura do que as mulheres – 45,9% contra 24,9%.

O consumo de frutas e hortaliças também é menor entre o sexo masculino. Apenas 25,6% deles ingerem esses alimentos cinco ou mais vezes por semana. O percentual cai para 16,6% quando considerada a recomendação da OMS. Entre as mulheres, os índices são de 35,4% e 23,3%, respectivamente.

A ingestão de refrigerante também é maior entre a população masculina: 34,3% dos homens tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana, enquanto o percentual entre as mulheres é 25,9%.

Dados da pasta revelam, entretanto, que, com o passar dos anos, o brasileiro tende a diminuir a ingestão de gordura saturada e de refrigerante. Entre homens de 18 a 24 anos, 51% consomem regularmente carne com gordura. O número cai para 27,6% entre aqueles com idade superior a 65 anos.

O grau de instrução também influencia os hábitos alimentares da população – quanto mais anos de escolaridade, mais saudável é a alimentação. Frutas e hortaliças, por exemplo, estão presentes no cardápio de 44,5% dos brasileiros com 12 anos de estudo ou mais. O percentual cai para 27,5% entre pessoas que estudaram no máximo oito anos.


*Publicado originalmente em Agência Brasil e retirado da Carta Capital.

Fonte: http://envolverde.com.br/saude/brasil-saude/dieta-dos-brasileiros-tem-excesso-de-gordura-saturada/
Postado por: Leonardo Araújo


Consumismo aumenta depressão e ansiedade, diz pesquisa

Uma pesquisa realizada pela Northwestern University, nos Estados Unidos, publicada na segunda-feira, 9 de abril, apontou que as pessoas que dão alto valor para riqueza, status e bens materiais são mais depressivas, ansiosas e menos sociáveis do que as pessoas que não se importam tanto com essas questões.

Segundo o estudo, publicado no jornal científico Psychological Science, o materialismo não é apenas um problema individual, mas também ambiental. “Nós descobrimos que, independentemente da personalidade, em situações que ativam uma mentalidade consumista, as pessoas apresentam os mesmos tipos de padrões problemáticos no bem-estar, incluindo afeto negativo e desengajamento social”, destacou a psicóloga Galen V. Bodenhausen, coautora do estudo.

Nos experimentos, estudantes universitários foram expostos a imagens e palavras que remetiam a bens de luxo e valores consumistas, enquanto outros viam cenas neutras e sem essa conotação.

Ao preencher um questionário após a experiência, aqueles que olharam para fotos de carros, produtos eletrônicos e joias se avaliaram mais depressivos e ansiosos, menos interessados em atividades coletivas e mais em atividades solitárias. Estas pessoas ainda demonstraram mais competitividade e menos desejo de investir seu tempo em atividades sociais, como trabalhar para uma boa causa.

Para a psicóloga, os resultados da pesquisa têm implicações sociais e pessoais muito grandes. Segundo Galen, tornou-se comum usar o termo “consumidor” como uma designação genérica para as pessoas, seja nos noticiários, nos governos ou nos mercados. Para ela, utilizar a palavra “cidadão”, no lugar, já pode ativar “diferentes preocupações psicológicas”.

Galen também recomenda iniciativas pessoais para reduzir os efeitos do consumismo, como isolar a mentalidade materialista, evitar os maus estímulos, como a publicidade, e “ver menos TV”.

* Publicado originalmente no site EcoD.

Fonte: http://envolverde.com.br/saude/pesquisa/consumismo-aumenta-depressao-e-ansiedade-diz-pesquisa/

Postado por: Leonardo Araújo
(EcoD)



AVC pode desencadear a Doença de Parkinson

Tremores, rigidez muscular e lentidão nos movimentos são os principais sintomas.

Em abril de 2005, o mundo observou o Papa João Paulo II, aos 84 anos, já debilitado e com dificuldades na fala, abençoar os fiéis no Domingo de Páscoa pela última vez. Já o ator brasileiro Paulo José, 75 anos, vem perdendo gradativamente a dicção e alguns movimentos do corpo, além de travar uma batalha diária contra uma doença com a qual foi diagnosticado em 1992. Instituído em 11 de abril, o Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson, objetiva reduzir o número de casos e auxiliar no controle e minimização dos efeitos.

As pessoas com mais de 70 anos são as mais atingidas pelo Parkinson, porém, a incidência da doença pode ter início a partir dos 50 anos, visto que a enfermidade é degenerativa e surge com a longevidade, segundo o doutor Rubens Gagliardi, professor de Neurologia da Faculdade da Santa Casa de São Paulo. “As causas do Parkinson ainda são desconhecidas; o que se sabe é que ela ocorre por meio da degeneração das células situadas em uma região do cérebro responsável pela produção de dopamina”, revela.

A dopamina atua como uma molécula que modula os movimentos do indivíduo. Uma vez advinda a diminuição ou carência dessa substância, a vítima demonstra sintomas como tremores, rigidez muscular e movimentos muito lentos. Em alguns casos, o paciente pode apresentar esses três indícios juntos ou apenas um deles, dependendo também do grau da patologia.

“Alguns fatores ambientais, como infecções e pessoas que já tiveram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), podem desencadear o Parkinson”, alerta o especialista. Quando há o aumento gradual dos sintomas, é comum surgir quadros de depressão, dificuldade para deglutir alimentos, contudo, não afeta o intelecto.

Controle

A doença não tem cura, mas pode ser controlada rigorosamente por meio de medicamentos à base de dopamina, que auxilia na redução dos efeitos. O ideal é que o paciente utilize substâncias que provoquem o menor efeito colateral possível, após o diagnóstico clínico no qual o especialista relata e avalia o histórico do indivíduo, a evolução da patologia e a resposta aos remédios.

“É essencial que a pessoa com Parkinson não deixe de realizar atividades rotineiras. Com o tratamento adequado, os sintomas da doença são minimizados e o sujeito leva uma vida praticamente normal”, diz o Dr. Rubens Gagliari. A prática de exercícios físicos, a fisioterapia e o sono adequado também são medidas preventivas não apenas para a doença de Parkinson, mas para muitas outras.

* Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.

Postado por: Leonardo Araújo


Casos de demência vão triplicar em quatro décadas, diz OMS

Em 2050, a agência de saúde prevê que 115 milhões de pessoas vão sofrer de demência, principalmente em países de baixa ou média renda.

Casos de pessoas que vivem com demência vão dobrar nos próximos 20 anos e triplicar nas próximas quatro décadas, de acordo com novos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Associated Press relata que os cientistas dizem que a maior expectativa de vida e a melhor assistência médica nos países em desenvolvimento vão resultar em um aumento nas taxas de doenças cerebrais, que afetou cerca de 35,6 milhões de pessoas em 2010. Em 2050, a agência de saúde prevê que 115 milhões de pessoas vão sofrer de demência, principalmente em países de baixa ou média renda.

A inclinação íngreme da taxa de demência vai também se revelar um fardo financeiro para as famílias que cuidam de seus familiares afetados. Cerca de US$ 604 bilhões são gastos atualmente em cuidados de saúde e social da demência, que muitas vezes é causada pela doença de Alzheimer.

A agencia de notícias Reuters aponta que o diagnóstico e cuidados com a demência ainda são um problema internacional, mesmo em países de renda mais alta. Até agora, oito países, incluindo Grã-Bretanha e Japão, têm programas nacionais de demência. O programa dos Estados Unidos atualmente funciona por meio de iniciativas estaduais.

“Precisamos aumentar nossa capacidade para detectar a demência precoce e fornecer os cuidados de saúde e sociais necessários. Muito pode ser feito para diminuir a carga da demência”, disse Oleg Cherstnov, diretor-geral assistente da OMS. “Os profissionais da saúde muitas vezes não são adequadamente treinados para reconhecer a doença.”

* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.


Postado por: Leonardo Araújo





Memória e autoconfiança: uma nova estratégia para tratamento do TOC?

Você se lembrou de trancar a porta ao sair de casa hoje? Desligou a televisão e o fogão? E as luzes, você confirmou se elas estavam desligadas? Todos temos estas dúvidas de vez em quando, mas quando elas não cessam e fazem com que seu dia fique completamente comprometido você não se concentra, sua ansiedade aumenta e você tem uma vontade intensa de voltar para casa para se certificar disso – isto pode ser sinal de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).

O TOC faz com que as pessoas entrem em um ciclo de dúvidas, e consequente medo de não terem realizado determinadas rotinas de forma correta. Mas uma pesquisa feita pela Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá – em conjunto com a Universidade de Reading, no Reino Unido –, afirma que há novas estratégias que podem ajudar indivíduos que sofrem com o transtorno.

O estudo feito por Adam Radomsky aponta que até o momento apenas processos de psicoterapia relativamente longos conseguiam a remissão do TOC. “Mas a adesão (quando os pacientes levam o tratamento até o final) a esse tipo de terapia muitas vezes é baixa e nossa pesquisa procurou novas metodologias que, potencialmente, podem auxiliar no tratamento”, diz o pesquisador.

A pesquisa partiu da hipótese de que indivíduos com TOC muitas vezes têm uma percepção de responsabilidade muito desenvolvida. “Certificar-se de que o fogão está desligado, porque isso pode levar a um incêndio é algo muito forte, e desenvolver um ciclo obsessivo com a segurança – checando várias vezes uma informação – é reflexo desta ‘hiperresponsabilidade’”, afirma. Mas a resposta a esses estímulos de forma obsessiva leva também a uma perda da autoconfiança, de acordo com o autor.

“Modificar estes sentimentos de responsabilidade exagerada e reduzir a antecipação de eventos ruins podem reverter esses ciclos. Focar na forma como estas pessoas pensam, mais do que nas suas atitudes, pode modificar as falsas crenças sobre sua responsabilidade por esses possíveis eventos e os perigos que eles representam”, afirma Radomsky, que vem desenhando novas estratégias para tratar o TOC baseando-se em uma terapia que normalize o senso de responsabilidade, melhore a confiança na própria memória – ou seja, diminua a necessidade de checar várias vezes uma informação –, melhorando a autoconfiança e diminuindo a sensação de culpa, e, finalmente, aumentando a percepção do indivíduo sobre si mesmo e sobre o que o cerca.

Até o momento a terapia proposta por Radomsky só foi testada em laboratório com um número reduzido de pacientes, mas parece estar dando resultados. “Para mim e para minha equipe, este trabalho – que partiu de uma coletânea de diversas pesquisas anteriores com resultados bastante satisfatórios – pode aumentar as taxas de melhora nos pacientes com TOC. Agora iremos ampliá-lo para confirmar nossos primeiros resultados positivos”, finaliza.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.


Postado por: Leonardo Araújo




Bicicleta: saúde sobre duas rodas

A discussão sobre o uso da bicicleta como meio de transporte tem ganhado corpo nos últimos tempos. A opção é benéfica para o meio ambiente – pois não produz os gases resultantes da queima do combustível – e para a malha urbana, que sofre com o aumento no número de carros nas ruas e avenidas. Mas além de uma opção ao transporte motorizado, o uso da bicicleta promove benefícios para a saúde e pode ajudar a promover mudanças no estilo de vida sedentário.


“Andar de bicicleta beneficia o sistema cardiovascular e respiratório, disto ninguém tem dúvida. Entretanto, é bom lembrar os outros ganhos com este tipo de exercício: o uso da bicicleta para movimentar o corpo trabalha toda a musculatura inferior do corpo”, explica Giulliano Esperança, personal trainer e wellness manager.

“Mas, ao contrário da corrida onde há o impacto no solo”, completa o especialista, “o ciclista acaba mais protegido quanto aos possíveis problemas que possam comprometer sua estrutura músculo-esquelética. O trabalho de força utilizado e os movimentos mecânicos usados para movimentar a bicicleta também favorecem a produção do líquido sinovial e, consequentemente, favorece as estruturas ósseas e uma articulação mais saudável”.

Além de todos estes benefícios há também, claro, a questão do aumento do gasto energético, o que favorece o emagrecimento. “As variações feitas indoor, como o spinning – que é uma variação dos exercícios feitos com bicicleta – é popularmente conhecido por ser muito efetivo para essa perda ou controle do peso. E a mesma força pode ser feita em uma bicicleta normal, com variações de marchas e em um ambiente ao ar livre”, explica Giulliano.

Bicicleta também na terceira idade

Para as pessoas mais velhas o uso da “bike” ajuda também no treino e melhoria do equilíbrio que, com a idade, tende a ficar comprometido. Caso o ciclista já tenha uma idade mais avançada e tenha preocupações quanto às quedas, o uso das bicicletas ergométricas dentro das academias também é uma opção.

“Normalmente este público opta por exercícios feitos dentro d’água, pois há uma grande segurança e menor risco de queda. Mas os exercícios como a hidroginástica, é bom lembrar, são menos intensos também. A bicicleta – mesmo as ergométricas – trazem maiores benefícios para o músculo”, diz Esperança.

No caso dos ossos, os exercícios feitos nas bicicletas – tradicionas ou ergométricas – aumentam o processo de depósito de cálcio das estruturas ósseas. Para os idosos isto é imprescindível, dado a degradação natural dessas estruturas.

Boas memórias e bem-estar
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/qualidade-de-vida-saude/bicicleta-saude-sobre-duas-rodas/
Postado por: Leonardo Araújo

Comer uvas passas ajuda a controlar a pré-hipertensão

Se você tiver a pressão arterial um pouco mais alta do que o normal – conhecida como pré-hipertensão – experimente comer um punhado de uvas passas. Um novo estudo mostra que, entre indivíduos com aumentos ligeiros da pressão arterial, comer passas até três vezes ao dia pode reduzir significativamente a pressão arterial.


“Afirma-se frequentemente como um fato conhecido que as passas diminuem a pressão arterial. Mas não conseguimos encontrar evidências objetivas na literatura médica para apoiar essa afirmação”, explica Harold Bays, diretor médico e presidente do Centro de Pesquisa de Metabolismo e Aterosclerose de Louisville e principal autor do estudo. “Entretanto, nosso estudo sugere que se você pode escolher entre passas ou outros petiscos como bolachas e biscoitos de chocolate, você deve optar pelas passas, pelo menos com relação à pressão arterial”.

Nesta pesquisa, divulgada no encontro Anual Científico da Agremiação Americana de Cardiologia, em Chicago, nos Estados Unidos, Bays e sua equipe conduziram um ensaio clínico para comparar os efeitos entre comer passas ou outros lanches em 46 homens e mulheres com pré-hipertensão.

Os participantes foram selecionados aleatoriamente e divididos em três grupos. Durante 12 meses alguns participantes comeram passas, outros frutas e verduras, e outros lanches industrializados três vezes ao dia. O número de calorias era o mesmo e os pesquisadores controlaram diferenças individuais, como a dieta de cada participante e se eram mais ou menos ativos.

A análise dos dados revelou que, em comparação aos demais, aqueles que comeram passas apresentaram uma redução significativa da pressão arterial nas semanas 4, 8 e 12. Os pesquisadores não conseguiram, entretanto, determinar como as passas atuam no organismo, mas acreditam que isso se deva aos elevados níveis de potássio, nutriente conhecido por reduzir a pressão arterial. “Elas também são uma boa fonte de fibra dietética antioxidante que podem alterar favoravelmente a bioquímica dos vasos sanguíneos, fazendo com que sejam menos rígidos o que, por sua vez, pode reduzir a pressão sanguínea.”

Apesar dos benefícios claros que o estudo apontou, Bays lembra que estudos mais amplos são necessários para confirmar o efeito regulador da uva passa na pressão arterial.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/dicas/comer-uvas-passas-ajuda-a-controlar-a-pre-hipertensao/
Postado por: Leonardo Araújo



domingo, 15 de abril de 2012

A perpetuação da pobreza

As periferias das cidades brasileiras parecem umas com as outras: casas sem reboco, grades de segurança, fios elétricos emaranhados, vira-latas e criançada na rua. Há 13 anos faço programas de saúde para a televisão. Procuro gravá-los nos bairros mais distantes, por uma razão óbvia: lá vivem os que mais precisam de informações médicas.


Esta semana, como parte de uma série sobre primeiros socorros, gravamos a história de um menino de 2 anos que abriu sozinho a porta do forno, subiu nela e puxou do fogo o cabo de uma panela cheia de água fervente. A queimadura foi grave, passou duas semanas internado no hospital do Tatuapé, em São Paulo. Situada na periferia de Itaquera, a casa ocupava a parte superior de uma construção de dois andares. Subi por uma escada metálica inclinada e com degraus tão estreitos, que precisei fazê-lo com os pés virados de lado.
A porta de entrada dava numa cozinha com o fogão, a geladeira, as prateleiras com as panelas e uma pequena mesa. Um batente sem porta separava-a do único quarto, em que havia dois beliches, um guarda-roupa e uma divisória de compensado que não chegava até o teto, atrás da qual ficava a cama em que dormiam o pai e a mãe.
Nesse espaço exíguo viviam dez pessoas: o casal, seis filhos e dois netos. Os filhos formavam uma escadinha de 2 a 17 anos; os netos eram filhos das duas mais velhas, que engravidaram solteiras. O único salário vinha do pai, pedreiro. Por falta de pagamento, a luz tinha sido cortada há dois meses, os 300 reais da dívida a família não sabia de onde tirar.
No fim da gravação perguntei à mãe, uma mulher de 38 anos que pareciam 60, por que tantas crianças. Disse que o marido não gostava de camisinha, e que a existência dos netos não fora planejada, porque “essas meninas de hoje não têm juízo”.
Na periferia do Recife, de Manaus, de Cuiabá ou Porto Alegre a realidade é a mesma: a menina engravida em idade de brincar com boneca, para de estudar para cuidar do bebê que já nasce com o futuro comprometido pelo despreparo da mãe, pelas dificuldades financeiras dos avós que o acolherão e pelos recursos que terá de dividir com os irmãos.
Na penitenciária feminina, quando encontro uma presa de 25 anos sem filhos, tenho certeza de que é infértil ou gay. Não são raras as que chegam aos 30 anos com seis ou sete. Não fosse o tráfico, que alternativa teriam para sustentar as crianças?
Já escrevi mais de uma vez que a falta de acesso aos métodos de controle da fertilidade é uma das raízes da violência urbana, enfermidade que atinge todas as classes, mas que se torna epidêmica quando se dissemina entre os mais desfavorecidos. Essa afirmação causa desagrado profundo em alguns sociólogos e demógrafos, que a acusam de forma leviana por não se basear em estudos científicos. Afirmam que a taxa de natalidade brasileira já está abaixo dos níveis de reposição populacional.
É verdade, mas não é preciso pós-graduação em Harvard para saber que as médias podem ser enganosas. Enquanto uma mulher com nível universitário tem em média 1,1 filho, a analfabeta tem mais de 4. Enquanto 11% dos bebês nascem nas classes A e B, quase 50% vêm da classe E, com renda per capita mensal inferior a 75 reais.
De minha parte, acho que faz muita falta aos teóricos o contato com a realidade. Há necessidade de inquéritos epidemiológicos para demonstrar que os cinco filhos que uma mulher de 25 anos teve com vários companheiros pobres como ela, correm mais risco de envolvimento com os bandidos da vizinhança do que o filho único de pais que cursaram a universidade? Convido-os a sair do ar condicionado para visitar um bairro periférico de qualquer capital num dia de semana, para ver quantos adolescentes sem ocupação perambulam pelas ruas. Que futuro terão?
A falta de acesso ao planejamento familiar é a mais odiosa de todas as violências que a sociedade brasileira comete contra a mulher pobre.
Fonte: Leonardo Araújo

É possível evitar o câncer

Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine, em 28 de março, faz uma revisão de dezenas de outras pesquisas sobre as causas dos tumores mais comuns que afligem a humanidade e conclui que mais da metade deles pode ser evitada. O principal pesquisador do estudo, o Dr. Graham Colditz, professor da Faculdade de Medicina da -Universidade de Washington e diretor de Prevenção e Controle do Centro do Câncer Siteman, em Saint Louis, afirma que está na hora da ciência colocar todo seu conhecimento já adquirido em ação para implantar medidas preventivas que podem reduzir a incidência de câncer na humanidade.
Leia também:Hospitais públicos: TCU investiga 17 empresas suspeitas de fraudes em licitaçõesTumor na laringe: Curado, Lula faz agradecimento e anuncia volta à políticaPrevenção: Como evitar o câncer de intestino
De acordo com o estudo, o que já sabemos sobre estilo de vida e costumes, como tabagismo, dieta e exercícios, tem relevante papel no desenvolvimento de vários tipos de câncer e se conseguirmos de alguma maneira mudar nossos hábitos, mesmo que de maneira forçosa, vamos nos livrar de boa parte deles. O fumo, por exemplo, provoca mais de um terço dos casos de câncer, e a obesidade causa outros 20%. Um estudo feito na Índia, e publicado em março na Lancet Online First pelo professor Prabhat Jha, avaliou as mortes por câncer naquele país em 2010 e concluiu que 42% dos óbitos em homens e 20% em mulheres foram causados pelo fumo.
Os obstáculos para mudarmos isso são vários. O principal é o ceticismo de que o câncer pode ser evitado. Apesar de sabermos que o cigarro é o único causador de 75% dos tipos de câncer no pulmão, é difícil conseguir fazer um fumante parar de fumar ou alguém que nunca fumou entender o cigarro como algo muito perigoso. A dificuldade em se acreditar nisso é de que medidas preventivas, apesar de surtirem efeito imediatamente, demoram um tempo para demonstrar isso. Se abolirmos o fumo hoje, conseguiremos reduzir o tumor que mais mata homens em até 75%, mas esse índice será atingido em 20 anos.
O efeito nas outras doenças crônicas que serão evitadas também ficará bem claro em apenas uma ou até três décadas.
Outro obstáculo é que a ação preventiva em geral é dirigida ao adulto e não ao jovem. Quando ocorre o inverso, o efeito é muito mais eficaz. É o caso da vacinação contra o papilloma vírus, que causa câncer cervical uterino. Se a imunização for feita em meninas antes do início da atividade sexual, é muito melhor e, portanto, mais indicado. Mas poucos pais e governos levam as adolescentes para vacinação.
Outro obstáculo gigantesco é que grande parte dos recursos em pesquisa são gastos na busca do tratamento, e não na prevenção do câncer. Hoje, vale muito mais uma patente na mão do que um Nobel de medicina, mesmo porque não se ganha prêmios Nobel fazendo medicina preventiva. Programas preventivos que salvam milhares de vidas dificilmente são notados pela mídia, mesmo a especializada.
No Brasil, cerca de 300 mil pessoas morrem de câncer ao ano, e mais de 800 mil casos novos aparecem todos os anos. Nossa incidência é proporcionalmente um pouco menor do que nos países desenvolvidos, pois nossa população ainda morre de doenças que já estão sob controle no Primeiro Mundo. Mas aqui, por falta de recurso assistencial, morremos antes pelo mesmo tipo de câncer que os americanos.
Na década de 1990, esperávamos que os seres humanos pudessem nos dias de hoje ter uma expectativa de vida de mais de 120 anos. Isso não aconteceu, principalmente porque não mudamos nossos hábitos. O vício, o sedentarismo e o abuso de calorias na dieta serão por muito tempo nossos maiores algozes.
A coautora do estudo desabafa: “Medidas preventivas são baseadas em mudanças de políticas governamentais, que devem ser implantadas corajosamente. Podemos contar a história, mas se não houver massa crítica suficiente para forçar mudanças continuaremos morrendo à toa”


Postado: Leonardo Araújo

Dieta dos brasileiros tem excesso de gordura saturada



Brasília – Estudo divulgado nesta terça-feira 10 pelo Ministério da Saúde indica que a população brasileira se alimenta de forma inadequada e consome gordura saturada em excesso. Dados mostram que 34,6% não dispensam carne gordurosa, enquanto 56,9% das pessoas bebem leite integral regularmente. Outro fator preocupante é o consumo de refrigerante: 29,8% dos brasileiros tomam a bebida pelo menos cinco vezes por semana.
A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) aponta também que o consumo de frutas e hortaliças no país é baixo. Apenas 20,2% das pessoas ingerem cinco ou mais porções por dia, quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o ministério, os homens, sobretudo os mais jovens, alimentam-se pior que as mulheres, já que não costumam tirar a pele do frango ou a gordura da carne vermelha antes de comer. A população masculina chega a consumir quase duas vezes mais carne com excesso de gordura do que as mulheres – 45,9% contra 24,9%.
Leia mais:
Por um ano menos salgadoPegos pelos prazeres da bocaO médico do Brasil
O consumo de frutas e hortaliças também é menor entre o sexo masculino. Apenas 25,6% deles ingerem esses alimentos cinco ou mais vezes por semana. O percentual cai para 16,6% quando considerada a recomendação da OMS. Entre as mulheres, os índices são de 35,4% e 23,3%, respectivamente.
A ingestão de refrigerante também é maior entre a população masculina: 34,3% dos homens tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana, enquanto o percentual entre as mulheres é 25,9%.
Dados da pasta revelam, entretanto, que, com o passar dos anos, o brasileiro tende a diminuir a ingestão de gordura saturada e de refrigerante. Entre homens de 18 a 24 anos, 51% consomem regularmente carne com gordura. O número cai para 27,6% entre aqueles com idade superior a 65 anos.
O grau de instrução também influencia os hábitos alimentares da população – quanto mais anos de escolaridade, mais saudável é a alimentação. Frutas e hortaliças, por exemplo, estão presentes no cardápio de 44,5% dos brasileiros com 12 anos de estudo ou mais. O percentual cai para 27,5% entre pessoas que estudaram no máximo oito anos.
*Publicado originalmente em Agência Brasil.






Postado por: Leonardo Araújo

Viver, morrer, viver de novo!

A vida tem dessas coisas. Parece às vezes que a gente já viveu tudo. Já doou parte de seus dias, pregou a mensagem até no deserto, caminhou mundos e fundos, entregou-se como se mais tempo não houvesse, amou os que ninguém amava.
Você diz coisas fortes, fala verdades. Prega a igualdade. Questiona as leis vigentes. Enfrenta a religiosidade hipócrita. Visita os pobres, acarinha os desprezados pelo poder vigente. Pratica sua mensagem até a última gota.
Arranjou adversários e inimigos. Gente que não gostou de suas palavras e gestos. Você continua a pregar, não deixa de dizer o que pensa. Espreitam-no na esquina, deixam recados por terceiros. Você começa a sentir algum medo. É preciso fazer-se acompanhar pelos amigos mais chegados, cuidar os passos, eventualmente até esconder-se.
Você não é tão novo nem tão velho, mas sente que o dia derradeiro está chegando. Resolve reunir os amigos mais amigos, aqueles aos quais você transmitiu suas verdades mais verdadeiras e a quem abriu de fato seu coração, a quem você pediu para continuarem sua estrada. Você lhes diz que sua hora está aí, na porta, não mais no horizonte. Oferece-lhes a última comida, a última bebida, abençoa e partilha com todos e todas o que há para comer e beber, distribui suas últimas palavras, desejos e sonhos. Pede que não o esqueçam nem abandonem.
Eles, os que não gostam de você, os que não aprovam suas ideias, os que sentem seus privilégios atingidos, o prendem na esquina, na beira de um bosque. Fazem um julgamento de fachada atrás de umas árvores, julgam-no culpado por todos os problemas do mundo. Tentam desmoralizá-lo com calúnias e mentiras. Dizem que você disse ser o salvador da pátria, o redentor de todos os pecados, o julgador de todas as injustiças. Resolvem executá-lo. Jogam seu corpo em cima de um monte de palha, à luz da rua, para que todos e todas saibam que você, renegado, rebelde, insubmisso eterno, está morto, definitivamente morto. Que ninguém vá atrás de você, ninguém o procure nunca mais, tenha a coerência e a hombridade de dizer que foi seu amigo e companheiro ou, muito menos, tenha a coragem de assumir e seguir suas ideias.
Mas você não pode morrer definitivamente ou para sempre. Alguém precisa lembrar-se de suas pregações. Afinal, você não passou pelo mundo para ser um pobre desgraçado morto de quem não se fala mais, que não deixou nada registrado por escrito ou de alguma outra forma. Uma meia dúzia de medrosos, aqueles de sua última janta, anda se esquivando pelas vielas e nas quebradas da noite com medo de aparecer e assumir publicamente que moraram contigo, passearam contigo pelas coxilhas, percorreram favelas, enfrentaram os hipócritas dos templos, confrontaram a teu lado os poderosos de ocasião, beberam tuas palavras, te amaram. Você precisa reaparecer, ser de novo reconhecido, alguém precisa continuar seus passos, trilhar seus caminhos.
Mas quem, quem o fará? Quem terá vergonha na cara e coragem?
Uma mulher, sim, uma mulher terá coragem para proclamar que viu seu corpo, que você continua vivo, e que é preciso seguir em frente, reunir de novo os mais amigos dos amigos, para que cada um deles reúna seus amigos mais amigos, e aí já são dezenas, mais os mais amigos dos mais amigos deles, e aí serão centenas, daqui a pouco milhares ou milhões.
Você está vivo, sua vida não foi em vão. Suas ideias de um mundo justo, de igualdade, de um Reino onde todos e todas são irmãos irmãs, companheiros e companheiras, de um Reino onde a liberdade terá a última palavra, o amor estará acima de tudo não foi enterrado, sepultado, não foi crucificado. A vida continua, assim como o sonho que você plantou. Sua passagem pelo mundo não foi em vão.
* Selvino Heck é Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República.
** Publicado originalmente no site Adital.


Postado por: Leonardo Araújo

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Paixão do Senhor (jo, 18,1 - 19,42)

O relato da Paixão nos coloca em profunda sintonia-oração-meditação com o sofrimento do Servo Sofredor.


Sem abrir mão da fidelidade ao projeto do Paie da defesa dos seus, Jesus foi condenado à morte pela maldade humana.


Sua morte, portanto, não pode ser pesada fora de seu profetismo e de seu empenho na construção do Reino.


Trata-se do amor incondicional e da entrega sem medida a uma causa.


A pergunta que nasce de nossa indignação é:


Onde fica a justiça divina diante da morte do Inocente?


Como Deus respondeu à crueldade da morte de seu Filho?


A resposta a celebramos no domingo da Páscoa. Deus fez justiça ressucitando o seu Filho.

Frei João Fernandes Reinert, OFM
Duque de Caxias - RJ.
´
Postado por: Leonardo Araújo

terça-feira, 3 de abril de 2012

Humanização dos Cuidados

A humanização dos cuidados em saúde nos leva à convicção de que "estar" com o doente pode ser tão ou mais importante que o próprio "curar". Encontrar-se com o outro no calvário de seu sofrimento significa escutá-lo, colhê-lo com suas preocupações, esperanças, dificuldades, com sua história, medos e angústias.

Estabelecer uma relação de igual para igual, centrada na pessoa, reafirmando sua dignidade.

Humanizar consiste em proporcionar uma assistência integral que atenda às necessidades em nível físico, emocional, intelectual, social e espiritual para além da dimensão, biológica.

Em suma, humanizar é ir além de uma mera relação funcional como cuidador e profissional estabelecendo um encontro empático centrado na pessoa.

Léo Pessini, Camiliano
pessini@saocamilo-sp.br

Postado por: Leonardo Araújo

terça-feira, 13 de março de 2012

A vida começa aos 45

Células-tronco ovarianas capazes de produzir novos óvulos representam uma esperança para mulheres mais velhas que sonham com a maternidade.
Quando se trata de reprodução, para os homens é tudo fácil. Praticamente até o fim da vida, a maioria tem uma ampla reserva de esperma. Mulheres não são tão sortudas. Elas nascem com um estoque de óvulos que tipicamente acaba quando elas alcançam a meia idade. Isto pode estar prestes a mudar, no entanto. Pesquisadores confirmaram que mulheres possuem células-tronco ovarianas, e que elas podem produzir novos óvulos.
Células-tronco têm a habilidade de se dividir continuamente e de se transformar em diferentes tipos de células. Células-tronco de adultos podem produzir uma variedade de tipos de células, além das que formam o tecido no qual se encontram.
Em 2004, Jonathan Tilly da Escola de Medicina de Harvard e seus colegas descobriram células-tronco em ovários de ratos. Desde então, tem sido demonstrado que essas células-tronco ovarianas podem desenvolver óvulos, ser fertilizadas e produzir filhotes de rato perfeitamente saudáveis. Mas pesquisadores têm relutado em acreditar que algo similar poderia ser possível em humanos.
Provar que este era o caso, na verdade foi difícil. Tecido ovariano humano – especialmente de doadoras jovens e saudáveis – não é fácil de achar. A grande descoberta de Tilly veio quando ele descobriu que um ex-colega, Yasushi Takai, da Universidade de Medicina de Saitama, no Japão, tinha em seu freezer tecido ovariano saudável de 30 pacientes que haviam mudado de sexo.
Usando uma sofisticada técnica de separação de células, os pesquisadores desenvolveram uma forma de identificar células-tronco ovarianas que funcionam tanto para ratas quanto para humanas. Eles então pegaram as células-tronco ovarianas, rotularam-nas com uma proteína verde fluorescente e as colocaram de volta em uma fatia de ovário humano (enxertada em uma rata viva, para que funcionasse de forma similar a um ovário normal). As células verdes brilhantes em seguida produziram uma safra de óvulos humanos novinha em folha, de acordo com as descobertas publicadas esta semana na revista Nature Medicine.
Fertilização no exterior
Fertilizar esses óvulos para pesquisa é proibido nos Estados Unidos. A Autoridade Britânica de Fertilização Humana e Embriologia, no entanto, permite em certos casos. Então, no próximo mês, Tilly vai levar parte da sua equipe para Edimburgo para colaborar com Evelyn Telfer, que desenvolveu uma técnica para cultivar óvulos humanos desde uma fase precoce. Ela possui uma licença para fertilizá-los experimentalmente.
A descoberta pode revolucionar o tratamento da infertilidade para mulheres de várias formas. Para início de conversa, a pesquisa mostrou que, em ratas, até mesmo ovários mais velhos continham células-tronco. E quando estas células são colocadas em um ovário mais jovem, elas geram óvulos saudáveis. Isto levanta a hipótese de que, um dia, mulheres de idade mais avançada poderiam ter filhos biológicos. Atualmente, muitas mulheres acima de 45 têm que se contentar em fazer fertilização in vitro usando o óvulo de uma mulher mais jovem.
Alternativas
Outros tratamentos estarão à disposição mais cedo. A Ova Science, uma empresa especializada em fertilidade em Boston, que tem os direitos exclusivos de explorar a pesquisa de Tilly em células-tronco ovarianas de mamíferos, começará a oferecer um novo tratamento em julho. Este usa as células-tronco de uma mulher para lhe fornecer óvulos com mais energia ao criar novas mitocôndrias – organelo existente dentro das células fornecendo a elas energia. Elas também podem ficar mais escassas e menos produtivas com a idade. Estudos anteriores mostraram que aumentar mitocôndrias pode aumentar drasticamente o sucesso de fertilizações in vitro. Quando se trata de reprodução, tudo ainda vai ser mais fácil para os homens por algum tempo. Mas, mulheres estão alcançando-os.
* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.
http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/a-vida-comeca-aos-45/?ga=dsf
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/
Postado por: Leonardo Araújo

Estudo indica que comportamento dos pais influencia na dieta dos filhos

Em artigo publicado na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina apresentaram os resultados de um estudo realizado com 2.826 escolares de Florianópolis, com sete a 14 anos, que visava a verificar a associação entre estado nutricional dos pais e o sobrepeso/obesidade em crianças. A pesquisa apontou que filhos e filhas de pais acima do peso têm, respectivamente, 80% e 150% de chances de apresentarem o mesmo problema.
Segundo os estudiosos, as variáveis associadas ao sobrepeso/obesidade variaram entre os sexos. No que se refere aos meninos, houve uma tendência a engordar associada com a maior escolaridade do pai e a idade da mãe, e a não engordar ligada a maior escolaridade da mãe e o número de refeições diárias. No que se tratou das meninas, se ambos os pais estão acima do peso, as chances delas também seguirem os passos foram maiores. No entanto, essa associação foi inversamente proporcional com relação à maior idade escolar e ao consumo de alimentos de risco.
“O status nutricional dos pais se associou mais com o dos filhos, enquanto o das mães teve mais relação com o das filhas”, apontam os pesquisadores. “Estes achados podem se relacionar com o fato de os pais servirem como um exemplo para seus filhos, influenciando na formação de seus hábitos de vida, inclusive os alimentares, o que sinaliza a importância desses pais participarem de atividades que promovam a saúde e a prevenção do sobrepeso/obesidade em suas crianças.”
De acordo com os pesquisadores, o estudo indica uma necessidade de intervenções no ambiente familiar. Os pais devem, assim, ficar atentos: pular refeições, incluindo o café da manhã, favorecer alimentos não saudáveis e fazer escolhas inapropriadas em refeições tardias e em horários irregulares seriam prejudiciais e aumentariam a probabilidade de sobrepeso/obesidade. Ao contrário, mais refeições em horários regulares contribuiriam para uma dieta e peso mais saudáveis.
* Publicado originalmente no site Plurale.



Postado por: Leonardo Araújo

Chocolate, vinho tinto e um amor: como prevenir as doenças do coração



Ter um relacionamento saudável é bom para o coração, aponta cardiologista do Instituto de Estudos do Coração e Vasos Sanguíneos da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Mas não é só isso: vinho tinto e chocolate meio amargo, consumidos com moderação, também previnem doenças cardíacas.
“Existem algumas teorias por trás do porquê isso acontece”, explica Julie Damp. Segundo a cardiologista, alguns estudos mostram que um relacionamento – seja casamento, namoro ou união estável – proporciona melhora na estrutura da vida do casal. São atitudes como parar de fumar, passar a praticar exercícios físicos juntos ou mesmo dividir um plano de saúde. Mas, além disso, alguns estudos mostram que um relacionamento tranquilo proporciona algumas mudanças neuro-hormonais que, por sua vez, têm efeitos positivos no funcionamento do corpo, inclusive do sistema cardiovascular.
“Estes hormônios variam dependendo do nível de estresse e ansiedade de cada indivíduo. Isto ainda não está comprovado, faltam evidências suficientes para afirmarmos com certeza, mas a ideia é que estar em um relacionamento proporciona sensações positivas que podem proteger a saúde do seu coração. Em contrapartida, também já foi apontado em estudos que um relacionamento conturbado aumenta os riscos para doença da artéria coronária”, diz.
E, para acompanhar o clima de romance, que tal chocolate amargo e vinho tinto? No artigo, publicado no site do Instituto, a cardiologista destaca o poder antioxidante de ambos.
“O chocolate amargo contém flavonóides, que são antioxidantes. Os antioxidantes são benéficos para vários sistemas do corpo, inclusive o cardiovascular. No caso do chocolate, a alta concentração de cacau na versão amargo parece ser a responsável por isto. Os flavonóides também estão presentes no vinho tinto e estudos mostram que o consumo moderado – que seria uma dose por dia para a mulher e uma ou duas para o homem – está associada com baixos índices de eventos cardiovasculares, como o ataque cardíaco”, explica Damp.
No entanto, ela pede cautela. “Apesar destes achados, mais estudos são necessários para mostrar exatamente o tipo de chocolate mais benéfico e a quantidade ideal. Também são necessárias mais evidências antes de encorajar pessoas não acostumadas a beber a começar a beber todos os dias. Existe sim um potencial efeito negativo à saúde relacionado ao consumo prolongado de bebida alcoólica e os flavonóides encontrados no vinho tinto podem ser encontrados em outros alimentos e bebidas, como o suco de uva”, diz a cardiologista. “A mensagem aqui é que com moderação, e em conjunto com um plano de exercícios, todas estas coisas diminuem o risco cardiovascular”, finaliza.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.









Postado por: Leonardo Araújo



Grande São Paulo tem alta prevalência de transtornos mentais

Agência Fapesp – Quase 30% dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo apresentam transtornos mentais, de acordo com um estudo que reuniu dados epidemiológicos de 24 países. A prevalência de transtornos mentais na metrópole paulista foi a mais alta registrada em todas as áreas pesquisadas.
O trabalho faz parte da Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que integra e analisa pesquisas epidemiológicas sobre abuso de substâncias e distúrbios mentais e comportamentais. O estudo é coordenado globalmente por Ronald Kessler, da Universidade Harvard (Estados Unidos).
Em artigo publicado na revista PLoS One no dia 14 de fevereiro, os autores apresentam os resultados da pesquisa São Paulo Megacity Mental Health Survey, que gerou para o relatório internacional os dados relativos ao Brasil – no país, o estudo se restringiu à Grande São Paulo.
O estudo foi realizado no âmbito do Projeto Temático “Estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos na região metropolitana de São Paulo: prevalências, fatores de risco e sobrecarga social e econômica”, financiado pela Fapesp e encerrado em 2009.
Entre os autores do artigo estão Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP), e Maria Carmen Viana, professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Andrade conduziu o Temático em parceria com Viana, que teve Bolsa de Pós-Doutorado da Fapesp, entre 2008 e 2009, no Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do IP-FM-USP, coordenado por Andrade.
Estudo epidemiológico de base populacional, o São Paulo Megacity Mental Health Survey avaliou uma amostra representativa de residentes da região metropolitana de São Paulo, com 5.037 pessoas avaliadas em seus domicílios, a partir de entrevistas feitas com base no mesmo instrumento diagnóstico. Os questionários incluíram dados sociais.
Segundo o estudo, 29,6% dos indivíduos na Região Metropolitana de São Paulo apresentaram transtornos mentais nos 12 meses anteriores à entrevista. Os transtornos de ansiedade foram os mais comuns, afetando 19,9% dos entrevistados. Em seguida, aparecem transtornos de comportamento (11%), transtornos de controle de impulso (4,3%) e abuso de substâncias (3,6%).
“Dois grupos se mostraram especialmente vulneráveis: as mulheres que vivem em regiões consideradas de alta privação apresentaram grande vulnerabilidade para transtornos de humor, enquanto os homens migrantes que moram nessas regiões precárias mostraram alta vulnerabilidade ao transtorno de ansiedade”, disse Andrade à Agência Fapesp.
A prevalência dos transtornos mentais, de quase 30%, é a mais alta entre os países pesquisados. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com pouco menos de 25%. A razão da alta prevalência, de acordo com a pesquisadora, pode ser explicada pelo cruzamento de duas variáveis incluídas no estudo: a alta urbanização e a privação social.
Em relação às outras regiões estudadas, a Região Metropolitana de São Paulo também teve a mais alta proporção de casos de transtornos mentais considerados graves (10%), bem acima do estimado em outros 14 países avaliados. Depois da metrópole paulista, os países com maior porcentagem de casos graves foram os Estados Unidos (5,7%) e Nova Zelândia (4,7%).
“Existiam dados na literatura mostrando que esses transtornos mentais têm alta prevalência em áreas urbanas. Por isto observamos o efeito de exposição à urbanidade, isto é, as pessoas que viveram a maior parte da vida em região urbana. Levamos em conta também a variável da privação social, estrutura etária da população, setor censitário, escolaridade do chefe de família, migração e exposição a eventos traumáticos violentos”, disse.
A exposição ao crime foi associada aos quatro tipos de transtornos mentais avaliados, segundo Andrade. A alta urbanidade está associada especialmente ao transtorno de controle e impulso. A privação social também tem impacto sobre o transtorno de abuso de substâncias e interfere na gravidade das doenças.
“As pessoas que moram em áreas precárias apresentam quadros mais graves e tendência ao abuso de substâncias. As que tiveram mais exposição à vida urbana têm mais transtornos de controle e impulso – em especial o transtorno explosivo intermitente, que é típico de situações de estresse no trânsito, por exemplo”, apontou.
Promoção da saúde mental
Ao cruzar as variáveis, os pesquisadores chegaram aos grupos de maior vulnerabilidade: mulheres que vivem em regiões de alta privação apresentam mais transtornos de humor e homens migrantes que vivem em região de média e alta privação têm mais transtornos de ansiedade. Pessoas com baixa escolaridade têm mais transtornos de ansiedade e de abuso de substâncias.
“Um dos diferenciais desse estudo é que incluímos nas entrevistas medidas de incapacitação, a fim de avaliar a gravidade das doenças. Concluímos que, entre as pessoas diagnosticadas com transtornos mentais, um terço corresponde a casos graves, um terço a casos moderados e um terço a casos leves. As pessoas com transtornos moderados e graves sofrem com algum tipo de incapacitação”, disse Andrade.
O estudo sugere que é preciso fortalecer, no sistema brasileiro de saúde básica – que inclui o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Saúde da Família –, uma integração entre atendimento e promoção da saúde mental.
“Não é possível ter um serviço especializado em todas as unidades, por isso é preciso equipar a rede com pacotes de diagnóstico e de conduta a serem utilizados pelos profissionais de cuidados primários. É preciso capacitar não só os médicos, mas também os agentes comunitários, que devem ser orientados para identificar casos não tão comuns como os quadros psicóticos, levando em conta os fatores de risco associados aos transtornos mentais”, afirmou Andrade.
O artigo Mental Disorders in Megacities: Findings from the São Paulo Megacity Mental Health Survey, Brazil, de Laura Andrade e outros, pode ser lido em www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0031879.
* Publicado originalmente no site Agência Fapesp.



Postado por: Leonardo Araújo