terça-feira, 10 de agosto de 2010

A ciência comprova que dormir depois do almoço faz bem.

Você já pode pleitear um sofá para tirar um cochilo depois do almoço sem constrangimentos.
Está comprovado cientificamente que a sesta faz bem. Segundo estudos da área de cronobiologia, nova disciplina que destaca a importância de se respeitar o ritmo de produção de cada ser humano, o ideal é dormir de 10 a 20 minutos no início da tarde, logo após o almoço.
Cronobiologia é a ciência que estuda os relógios biológicos, ou seja, a regularidade dos mecanismos de produção do corpo. Verifica as alterações de sono e de disposição física e mental de cada um.
De acordo com a disciplina, o ritmo biológico está relacionado, principalmente, com a fisiologia, o clima da região, a hora do dia, as estações do ano e os hábitos pessoais.

Os estudos da equipe do professor e cronobiologista John Araujo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, constataram que descansar no início da tarde faz parte do ciclo biológico de vários primatas, como o macaco sagui.
"Trata-se de um mecanismo inerente à espécie", diz John. Ele confirma a maioria das pesquisas internacionais que acreditam que também o ser humano fica menos disposto no início da tarde. "Uma aula às 13h, por exemplo, rende muito menos do que se fosse mais tarde", afirma.
Segundo ele, nos homens e em certos animais, a atenção começa a diminuir em torno do meio-dia, o horário, geralmente, mais quente.
"Quando está muito calor, o organismo precisa de parar de produzir para se equilibrar.
As atividades, físicas ou mentais, aquecem ainda mais o organismo e arriscam um desequilíbrio e uma desidratação", explica John Araujo.
Como a menor disposição no horário da tarde está relacionada com o equilíbrio da temperatura corporal, fica fácil entender que o clima da região e a estação do ano também influenciam na necessidade da sesta.
Quanto mais quente, mais o corpo pede para parar. "Povos como os brasileiros têm maior disposição para fazer a sesta do que os do hemisfério norte.
Mas há um preconceito muito grande, não respeitamos o nosso ritmo", desabafa Araujo.
Segundo os pesquisadores, ainda existem várias questões a serem esclarecidas sobre a sesta. Mas ninguém duvida que a necessidade de descansar no início da tarde também aumenta quando comemos muito ou se optamos por alimentos pesados.
"Ao se alimentar, o organismo desvia parte do calor e da energia para realizar a digestão", explica o cronobiologista Luiz Menna-Barreto, do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento de Ritmos Biológicos da Universidade de São Paulo.
Se a qualidade e quantidade dos alimentos exige mais calor e mais energia para digerir, atrapalha a realização das atividades físicas e mentais

É claro que, além de todos esses fatores, os hábitos de cada um também influenciam na hora da preguiça e da sonolência à tarde.
O mais importante, de acordo com os cronobiologistas, é a consciência e o respeito ao ritmo próprio.
"Não somos máquinas", diz Luiz Menna-Barreto. "Podemos administrar muito melhor o tempo de atividade e de repouso", completa.


Efeitos do Cochilo após o almoço
Cochilo depois do almoço estimula aumento da concentração.
Quem pensa que dormir depois do almoço é coisa de preguiçoso, está muito enganado. Estudos revelam que siesta aumenta aprendizado e memorização.
Todos sabem que dormir bem ajuda a manter a saúde. Mas o sono ainda é cercado de desconhecimento e mitos, como o de que precisamos dormir 8 horas por dia. "Isso é mentira", diz Marco Túlio de Mello, chefe da disciplina de medicina e biologia do sono do Departamento de Psicobiologia da Unifesp. "Acontece que a média da população precisa de sete horas e 40 minutos de sono para sentir-se bem, mas há os curtos dormidores, que necessitam de menos de seis horas e meia, e os longos, que requerem mais de 8 horas."
A "siesta" é outro tema que desperta opiniões controversas. Enquanto uns acham que cochilar depois do almoço é um merecido descanso, outros veem a prática com pouca tolerância. Mas cada vez mais estudos vêm demonstrando que a soneca traz benefícios físicos, como a recuperação do corpo, e mentais, como o aumento da concentração. "Ela é ótima para quem vai trabalhar à tarde", diz Mello.
Há quem não se adapte, porém, e acorde do cochilo vespertino meio mal humorado ou "grogue". "Mas a maioria se beneficiaria", afirma o psicobiólogo. O ideal, portanto, é que cada um experimente a siesta para saber se ela vai funcionar.
E se alguém falar pra você que cochilo é coisa de preguiçoso, diga que um estudo da Universidade de Harvard mostrou que sonecas diárias de 45 minutos são suficientes para turbinar a memória e o aprendizado. Não é um ótimo argumento?
A siesta perfeita
Você pode até usar o carro, baixando os bancos o máximo possível - mas estacione num lugar seguro;
Caso haja barulho, use tapa-ouvidos ou ouça música calma. Vale também sons de ondas, de pássaros, o que você considerar relaxante;
Feche as janelas, cortinas ou use uma máscara. A escuridão estimula a produção de melatonina, hormônio indutor do sono;
Segundo os fisioterapeutas, esta é a melhor posição para dormir: corpo de lado, com o travesseiro entre o ombro e o pescoço, e pernas levemente dobradas (pode haver um travesseiro ou almofada entre elas);
Faça sua siesta entre 12h e 14h. Nesse período, nossa temperatura tende a cair, estimulando o sono;
Programe um despertador para dormir entre 20 e 40 minutos, coincidindo o despertar com uma fase de sono leve. Sono atrasado? Vá de 90 minutos, um ciclo de sono completo;
Faça um almoço leve, rico em salada, legumes e frutas. Uma refeição pesada pode derrubar você;
Tome um café antes. A cafeína leva uns 25 minutos para fazer efeito e vai "bater" na hora de acordar. Isso só funciona para não-viciados;
Aprenda técnicas de meditação para relaxar a mente.
Crédito da matéria: http://www.velhosamigos.com.br/
Postado por: Leonardo Araújo

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