Empresas que seguem à risca o protocolo garantem boa saúde ao funcionário.
Neste 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho, o tão esperado feriado pode não ser tão agradável para alguns brasileiros incluídos nas estatísticas de doenças e acidentes causados no ambiente de trabalho. Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, em uma sequência crescente, o Brasil teve 340 mil acidentes de trabalho em 2001, 653 mil no ano de 2007, e 723 mil ocorrências em 2009, sendo 2.496 óbitos, quase sete pessoas mortas diariamente decorrentes de acidentes ocasionados no serviço ou no percurso entre a residência e o trabalho.
Os tipos de doenças e acidentes de trabalho variam conforme o segmento da empresa, o porte e a responsabilidade da instituição em preservar a vida dos funcionários. Em se tratando de escritório, por exemplo, as lesões e inflamações de membros são as mais comuns. No entanto, ao contrário do que se propagava anteriormente, a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) é causada prioritariamente pelo estado emocional do funcionário e não apenas pela repetição dos movimentos. “85% dos casos identificados no passado como LER, incluindo até pessoas que já estão aposentadas e têm buscado a revisão junto ao INSS, observa-se hoje que se tratava de questões ligadas à saúde mental, como alterações psicossomáticas ou quadros de depressão”, alerta o ortopedista e presidente do Comitê de Mão da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, doutor Paulo Randal Pires.
De acordo com o ortopedista especialista, para evitar a patologia, o trabalhador precisa estar atento à sua ergonomia, ou seja, observar a posição, os apoios e procurar relaxar a musculatura, mantendo uma posição correta frente ao computador. Fazer intervalos durante o trabalho e movimentar o corpo também são atitudes importantes. Mas é a prática de atividades físicas que vai “dar um bom condicionamento físico, melhorando a parte muscular do corpo, e ainda ajudar na saúde mental, por conta da liberação de endorfina”, reforça o especialista.
Fatores de risco
A implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o chamado PPRA, criado pela Secretaria de Segurança e Saúde do Ministério do Trabalho, prevê as normas de segurança que devem ser seguidas pelas empresas e elenca os seguintes pontos como fatores de risco: agentes físicos (ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas externas, radiações ionizantes e não ionizantes), agentes químicos (poeira, fumo, névoas, neblinas, gases e vapores), e agentes biológicos (vírus, bactérias, fungos, parasitas). A exposição excessiva a qualquer uma dessas situações e sem os cuidados devidos podem ocasionar sérios danos à saúde.
Programas de treinamento, orientação sobre o uso correto de equipamentos de segurança e realização de exames médicos periódicos são ações fundamentais para uma manutenção saudável do ambiente e da saúde do trabalhador. Ao mesmo tempo, cada funcionário precisa ter em mente a importância de cumprir os requisitos exigidos pela empresa com o intuito primordial de garantir a sua própria vida.
Histórico
Primeiro país a ter um serviço obrigatório de segurança e medicina do trabalho em empresas, criado em 1972, o Brasil e suas instituições seguem em busca de se adequar às normas de segurança e, sobretudo, de reduzir os números geralmente explícitos em seus murais dos acidentes e doenças de trabalho.
* Publicado originalmente no site Saúde em Pauta.
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/Postado por: Leonardo Araújo
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