terça-feira, 4 de outubro de 2011

SP terá treinamento ‘express' e hospitais de campanha contra a dengue

Anúncio foi feito nesta manhã pela Secretaria de Estado da Saúde, em evento na capital paulista

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo apresentou nesta segunda-feira, 3 de outubro, na capital paulista, o Plano Estadual de Intensificação das Ações de Vigilância e Controle da Dengue para o período 2011-2012, com o objetivo de evitar o avanço da doença no Estado no próximo verão. As medidas incluem novas estratégias em relação a ações executadas em anos anteriores.

O anúncio foi feito em encontro estadual promovido pela Secretaria nesta manhã na capital paulista, com a participação do governador Geraldo Alckmin e do secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

Mapeamento realizado pela pasta, por intermédio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) apontou 283 (43%) dos municípios paulistas como de risco alto ou muito alto para a ocorrência de dengue no próximo verão. A classificação levou em conta fatores como histórico de transmissão da doença e índices de infestação de larvas do Aedes aegypti, por exemplo.

O plano visa reorganizar a assistência médica aos pacientes com suspeita de dengue, para evitar o agravamento dos casos ou óbitos, além de medidas para aprimorar o controle de vetores.

Um dos principais pontos do plano prevê o trabalho de equipes estaduais de "Treinamento Express" em 67 municípios considerados prioritários. A idéia é capacitar e atualizar os profissionais de saúde em seus próprios locais de trabalho, focando em temas como manejo clínico, avaliação de risco e organização de serviços.

O treinamento acontecerá nos próprios serviços de saúde, de forma compacta, com duração média de 15 minutos. Essa estratégia foi adotada para garantir uma ampla cobertura entre os profissionais que lidam com casos suspeitos de dengue. Antes, em capacitações realizadas em auditórios, fora das unidades de saúde, alguns serviços não mandavam seus médicos para serem treinados.

Os gestores municipais também receberão treinamento e uma cartilha com as informações referentes a combate ao Aedes aegypti e tratamento dos infectados.

O plano prevê também a montagem de "hospitais de campanha", que oferecerão um tratamento especializado, auxiliando os municípios com maior incidência de casos, desafogando os hospitais e unidades de saúde.

A Secretaria também irá destacar cerca de 700 profissionais da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) para acompanhar as visitas casa a casa realizadas por agentes municipais visando o controle e eliminação de criadouros. Antes a Sucen realizava a capacitação desses profissionais e apoiava ações de nebulização, mas não realizava visitas domiciliares, função que ficava exclusivamente a cargo das prefeituras.

Serão realizadas, ainda, cinco oficinas macrorregionais sobre dengue para municípios prioritários e regiões Metropolitanas da Grande São Paulo, Baixada Santista e Campinas, com duração de três dias.

Outro ponto de ação do plano é apoiar 100% dos municípios selecionados para realização de ações de mobilização social com ênfase na eliminação de focos do mosquito na divulgação dos sinais e sintomas da dengue e na procura de serviço de saúde quando da suspeita da doença.

Novo sorotipo

Haverá ampliação do monitoramento da circulação viral em municípios paulistas considerados prioritários. Nesses municípios, nos casos com suspeita de dengue, será utilizado o exame NS1 como triagem para a realização de exame de sorotipagem viral, visando identificar os subtipos de vírus em circulação.

Essa medida tem como objetivo monitorar a circulação viral e identificar precocemente a circulação do vírus tipo 4 da dengue, identificado pela primeira vez no Estado em 2011, mas ainda restrito, neste momento, a três municípios da região de São José do Rio Preto.

A entrada em circulação do subtipo 4 do vírus da dengue no Estado aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença, ampliando o risco de casos graves e óbitos.

"Estamos promovendo uma grande mobilização no sentido de alertar os municípios sobre a importância de adotarem ações efetivas para evitar a disseminação da dengue no Estado. Mas é importante destacar que a participação ativa da população no combate ao Aedes aegypti, removendo recipientes com água parada no interior de suas residências, é fundamental para o sucesso deste plano", afirma o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.


Redução de casos em 2011


Balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que o número de casos de dengue de janeiro a agosto deste ano foi 56,8% inferior ao registrado no mesmo período de 2010.

De janeiro a agosto os municípios paulistas informaram à Secretaria, por intermédio do Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), 81.248 casos autóctones (com transmissão dentro do estado). De janeiro a agosto de 2010 houve 188.201 casos.

Do total de casos de dengue em todo o Estado, 19,3% estão concentrados em Ribeirão Preto, que notificou pelo Sinan 15.743 ocorrências no período.

Outras 14 cidades registraram mais de mil casos: São Paulo (4.298), Bauru (4.387), Taubaté (3.969), Campinas (2.736), Araraquara (2.566), Limeira (2.352), Lorena (2.269), São José dos Campos (1.895), Rio Claro (1.772), Sorocaba (1.453), Mogi Mirim (1.389), Caraguatatuba (1.177), Sertãozinho (1.149), Sumaré (1.113) e Barretos (1.004). As 15 cidades com maior número de casos representam 60,3% do total de ocorrências no Estado.

Foram notificadas 44 mortes por dengue autóctone entre janeiro e junho deste ano, nos municípios de Andradina (3), Araraquara (2), Bauru (6), Cândido Mota, Caraguatatuba, Cosmópolis, Guaratinguetá, Hortolândia, Itapira, Leme, Lins, Novais, Novo Horizonte, Promissão, Registro, Ribeirão Preto (7), Rio Claro, Santa Fé do Sul, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sertãozinho, Sorocaba (2), Sumaré, Votuporanga e Taubaté (5). Em todo o ano de 2010 houve 138 mortes pela doença.

No segundo semestre de 2010, Secretaria desenvolveu trabalho de capacitação de 6 mil agentes em todo o Estado de São Paulo para aprimorar o trabalho de controle de vetores e atendimento aos cidadãos com suspeita de dengue. Foram realizadas, no total, 51 oficinas, envolvendo 330 municípios considerados prioritários.

Já no início deste ano a Secretaria já promoveu uma grande mobilização, reunindo 25 mil agentes em todo o Estado, para uma semana especial de atividades de intensificação de busca e eliminação de focos do mosquito casa a casa, orientação para a população, vistoria de escolas, pedágios educativos e arrastões.

A pasta também encaminhou 1,8 milhão de torpedos com mensagens de alerta sobre a doença, em parceria com a operadora de celular Vivo. A Secretaria investe anualmente R$ 40 milhões no combate e prevenção à dengue. O trabalho de campo cabe às prefeituras, conforme preconiza o SUS.

Fonte: Publicado por Assessoria de Imprensa em 03/10/2011
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Postado por: Leonardo Araújo

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