Células-tronco ovarianas capazes de produzir novos óvulos representam uma esperança para mulheres mais velhas que sonham com a maternidade.
Quando se trata de reprodução, para os homens é tudo fácil. Praticamente até o fim da vida, a maioria tem uma ampla reserva de esperma. Mulheres não são tão sortudas. Elas nascem com um estoque de óvulos que tipicamente acaba quando elas alcançam a meia idade. Isto pode estar prestes a mudar, no entanto. Pesquisadores confirmaram que mulheres possuem células-tronco ovarianas, e que elas podem produzir novos óvulos.
Células-tronco têm a habilidade de se dividir continuamente e de se transformar em diferentes tipos de células. Células-tronco de adultos podem produzir uma variedade de tipos de células, além das que formam o tecido no qual se encontram.
Em 2004, Jonathan Tilly da Escola de Medicina de Harvard e seus colegas descobriram células-tronco em ovários de ratos. Desde então, tem sido demonstrado que essas células-tronco ovarianas podem desenvolver óvulos, ser fertilizadas e produzir filhotes de rato perfeitamente saudáveis. Mas pesquisadores têm relutado em acreditar que algo similar poderia ser possível em humanos.
Provar que este era o caso, na verdade foi difícil. Tecido ovariano humano – especialmente de doadoras jovens e saudáveis – não é fácil de achar. A grande descoberta de Tilly veio quando ele descobriu que um ex-colega, Yasushi Takai, da Universidade de Medicina de Saitama, no Japão, tinha em seu freezer tecido ovariano saudável de 30 pacientes que haviam mudado de sexo.
Usando uma sofisticada técnica de separação de células, os pesquisadores desenvolveram uma forma de identificar células-tronco ovarianas que funcionam tanto para ratas quanto para humanas. Eles então pegaram as células-tronco ovarianas, rotularam-nas com uma proteína verde fluorescente e as colocaram de volta em uma fatia de ovário humano (enxertada em uma rata viva, para que funcionasse de forma similar a um ovário normal). As células verdes brilhantes em seguida produziram uma safra de óvulos humanos novinha em folha, de acordo com as descobertas publicadas esta semana na revista Nature Medicine.
Fertilização no exterior
Fertilizar esses óvulos para pesquisa é proibido nos Estados Unidos. A Autoridade Britânica de Fertilização Humana e Embriologia, no entanto, permite em certos casos. Então, no próximo mês, Tilly vai levar parte da sua equipe para Edimburgo para colaborar com Evelyn Telfer, que desenvolveu uma técnica para cultivar óvulos humanos desde uma fase precoce. Ela possui uma licença para fertilizá-los experimentalmente.
A descoberta pode revolucionar o tratamento da infertilidade para mulheres de várias formas. Para início de conversa, a pesquisa mostrou que, em ratas, até mesmo ovários mais velhos continham células-tronco. E quando estas células são colocadas em um ovário mais jovem, elas geram óvulos saudáveis. Isto levanta a hipótese de que, um dia, mulheres de idade mais avançada poderiam ter filhos biológicos. Atualmente, muitas mulheres acima de 45 têm que se contentar em fazer fertilização in vitro usando o óvulo de uma mulher mais jovem.
Alternativas
Outros tratamentos estarão à disposição mais cedo. A Ova Science, uma empresa especializada em fertilidade em Boston, que tem os direitos exclusivos de explorar a pesquisa de Tilly em células-tronco ovarianas de mamíferos, começará a oferecer um novo tratamento em julho. Este usa as células-tronco de uma mulher para lhe fornecer óvulos com mais energia ao criar novas mitocôndrias – organelo existente dentro das células fornecendo a elas energia. Elas também podem ficar mais escassas e menos produtivas com a idade. Estudos anteriores mostraram que aumentar mitocôndrias pode aumentar drasticamente o sucesso de fertilizações in vitro. Quando se trata de reprodução, tudo ainda vai ser mais fácil para os homens por algum tempo. Mas, mulheres estão alcançando-os.
* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.
http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/a-vida-comeca-aos-45/?ga=dsf
Fonte: http://envolverde.com.br/saude/
Postado por: Leonardo Araújo
terça-feira, 13 de março de 2012
Estudo indica que comportamento dos pais influencia na dieta dos filhos
Em artigo publicado na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina apresentaram os resultados de um estudo realizado com 2.826 escolares de Florianópolis, com sete a 14 anos, que visava a verificar a associação entre estado nutricional dos pais e o sobrepeso/obesidade em crianças. A pesquisa apontou que filhos e filhas de pais acima do peso têm, respectivamente, 80% e 150% de chances de apresentarem o mesmo problema.
Segundo os estudiosos, as variáveis associadas ao sobrepeso/obesidade variaram entre os sexos. No que se refere aos meninos, houve uma tendência a engordar associada com a maior escolaridade do pai e a idade da mãe, e a não engordar ligada a maior escolaridade da mãe e o número de refeições diárias. No que se tratou das meninas, se ambos os pais estão acima do peso, as chances delas também seguirem os passos foram maiores. No entanto, essa associação foi inversamente proporcional com relação à maior idade escolar e ao consumo de alimentos de risco.
“O status nutricional dos pais se associou mais com o dos filhos, enquanto o das mães teve mais relação com o das filhas”, apontam os pesquisadores. “Estes achados podem se relacionar com o fato de os pais servirem como um exemplo para seus filhos, influenciando na formação de seus hábitos de vida, inclusive os alimentares, o que sinaliza a importância desses pais participarem de atividades que promovam a saúde e a prevenção do sobrepeso/obesidade em suas crianças.”
De acordo com os pesquisadores, o estudo indica uma necessidade de intervenções no ambiente familiar. Os pais devem, assim, ficar atentos: pular refeições, incluindo o café da manhã, favorecer alimentos não saudáveis e fazer escolhas inapropriadas em refeições tardias e em horários irregulares seriam prejudiciais e aumentariam a probabilidade de sobrepeso/obesidade. Ao contrário, mais refeições em horários regulares contribuiriam para uma dieta e peso mais saudáveis.
* Publicado originalmente no site Plurale.
Segundo os estudiosos, as variáveis associadas ao sobrepeso/obesidade variaram entre os sexos. No que se refere aos meninos, houve uma tendência a engordar associada com a maior escolaridade do pai e a idade da mãe, e a não engordar ligada a maior escolaridade da mãe e o número de refeições diárias. No que se tratou das meninas, se ambos os pais estão acima do peso, as chances delas também seguirem os passos foram maiores. No entanto, essa associação foi inversamente proporcional com relação à maior idade escolar e ao consumo de alimentos de risco.
“O status nutricional dos pais se associou mais com o dos filhos, enquanto o das mães teve mais relação com o das filhas”, apontam os pesquisadores. “Estes achados podem se relacionar com o fato de os pais servirem como um exemplo para seus filhos, influenciando na formação de seus hábitos de vida, inclusive os alimentares, o que sinaliza a importância desses pais participarem de atividades que promovam a saúde e a prevenção do sobrepeso/obesidade em suas crianças.”
De acordo com os pesquisadores, o estudo indica uma necessidade de intervenções no ambiente familiar. Os pais devem, assim, ficar atentos: pular refeições, incluindo o café da manhã, favorecer alimentos não saudáveis e fazer escolhas inapropriadas em refeições tardias e em horários irregulares seriam prejudiciais e aumentariam a probabilidade de sobrepeso/obesidade. Ao contrário, mais refeições em horários regulares contribuiriam para uma dieta e peso mais saudáveis.
* Publicado originalmente no site Plurale.
Postado por: Leonardo Araújo
Chocolate, vinho tinto e um amor: como prevenir as doenças do coração
Ter um relacionamento saudável é bom para o coração, aponta cardiologista do Instituto de Estudos do Coração e Vasos Sanguíneos da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Mas não é só isso: vinho tinto e chocolate meio amargo, consumidos com moderação, também previnem doenças cardíacas.
“Existem algumas teorias por trás do porquê isso acontece”, explica Julie Damp. Segundo a cardiologista, alguns estudos mostram que um relacionamento – seja casamento, namoro ou união estável – proporciona melhora na estrutura da vida do casal. São atitudes como parar de fumar, passar a praticar exercícios físicos juntos ou mesmo dividir um plano de saúde. Mas, além disso, alguns estudos mostram que um relacionamento tranquilo proporciona algumas mudanças neuro-hormonais que, por sua vez, têm efeitos positivos no funcionamento do corpo, inclusive do sistema cardiovascular.
“Estes hormônios variam dependendo do nível de estresse e ansiedade de cada indivíduo. Isto ainda não está comprovado, faltam evidências suficientes para afirmarmos com certeza, mas a ideia é que estar em um relacionamento proporciona sensações positivas que podem proteger a saúde do seu coração. Em contrapartida, também já foi apontado em estudos que um relacionamento conturbado aumenta os riscos para doença da artéria coronária”, diz.
E, para acompanhar o clima de romance, que tal chocolate amargo e vinho tinto? No artigo, publicado no site do Instituto, a cardiologista destaca o poder antioxidante de ambos.
“O chocolate amargo contém flavonóides, que são antioxidantes. Os antioxidantes são benéficos para vários sistemas do corpo, inclusive o cardiovascular. No caso do chocolate, a alta concentração de cacau na versão amargo parece ser a responsável por isto. Os flavonóides também estão presentes no vinho tinto e estudos mostram que o consumo moderado – que seria uma dose por dia para a mulher e uma ou duas para o homem – está associada com baixos índices de eventos cardiovasculares, como o ataque cardíaco”, explica Damp.
No entanto, ela pede cautela. “Apesar destes achados, mais estudos são necessários para mostrar exatamente o tipo de chocolate mais benéfico e a quantidade ideal. Também são necessárias mais evidências antes de encorajar pessoas não acostumadas a beber a começar a beber todos os dias. Existe sim um potencial efeito negativo à saúde relacionado ao consumo prolongado de bebida alcoólica e os flavonóides encontrados no vinho tinto podem ser encontrados em outros alimentos e bebidas, como o suco de uva”, diz a cardiologista. “A mensagem aqui é que com moderação, e em conjunto com um plano de exercícios, todas estas coisas diminuem o risco cardiovascular”, finaliza.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
“Existem algumas teorias por trás do porquê isso acontece”, explica Julie Damp. Segundo a cardiologista, alguns estudos mostram que um relacionamento – seja casamento, namoro ou união estável – proporciona melhora na estrutura da vida do casal. São atitudes como parar de fumar, passar a praticar exercícios físicos juntos ou mesmo dividir um plano de saúde. Mas, além disso, alguns estudos mostram que um relacionamento tranquilo proporciona algumas mudanças neuro-hormonais que, por sua vez, têm efeitos positivos no funcionamento do corpo, inclusive do sistema cardiovascular.
“Estes hormônios variam dependendo do nível de estresse e ansiedade de cada indivíduo. Isto ainda não está comprovado, faltam evidências suficientes para afirmarmos com certeza, mas a ideia é que estar em um relacionamento proporciona sensações positivas que podem proteger a saúde do seu coração. Em contrapartida, também já foi apontado em estudos que um relacionamento conturbado aumenta os riscos para doença da artéria coronária”, diz.
E, para acompanhar o clima de romance, que tal chocolate amargo e vinho tinto? No artigo, publicado no site do Instituto, a cardiologista destaca o poder antioxidante de ambos.
“O chocolate amargo contém flavonóides, que são antioxidantes. Os antioxidantes são benéficos para vários sistemas do corpo, inclusive o cardiovascular. No caso do chocolate, a alta concentração de cacau na versão amargo parece ser a responsável por isto. Os flavonóides também estão presentes no vinho tinto e estudos mostram que o consumo moderado – que seria uma dose por dia para a mulher e uma ou duas para o homem – está associada com baixos índices de eventos cardiovasculares, como o ataque cardíaco”, explica Damp.
No entanto, ela pede cautela. “Apesar destes achados, mais estudos são necessários para mostrar exatamente o tipo de chocolate mais benéfico e a quantidade ideal. Também são necessárias mais evidências antes de encorajar pessoas não acostumadas a beber a começar a beber todos os dias. Existe sim um potencial efeito negativo à saúde relacionado ao consumo prolongado de bebida alcoólica e os flavonóides encontrados no vinho tinto podem ser encontrados em outros alimentos e bebidas, como o suco de uva”, diz a cardiologista. “A mensagem aqui é que com moderação, e em conjunto com um plano de exercícios, todas estas coisas diminuem o risco cardiovascular”, finaliza.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
Postado por: Leonardo Araújo
Grande São Paulo tem alta prevalência de transtornos mentais
Agência Fapesp – Quase 30% dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo apresentam transtornos mentais, de acordo com um estudo que reuniu dados epidemiológicos de 24 países. A prevalência de transtornos mentais na metrópole paulista foi a mais alta registrada em todas as áreas pesquisadas.
O trabalho faz parte da Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que integra e analisa pesquisas epidemiológicas sobre abuso de substâncias e distúrbios mentais e comportamentais. O estudo é coordenado globalmente por Ronald Kessler, da Universidade Harvard (Estados Unidos).
Em artigo publicado na revista PLoS One no dia 14 de fevereiro, os autores apresentam os resultados da pesquisa São Paulo Megacity Mental Health Survey, que gerou para o relatório internacional os dados relativos ao Brasil – no país, o estudo se restringiu à Grande São Paulo.
O estudo foi realizado no âmbito do Projeto Temático “Estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos na região metropolitana de São Paulo: prevalências, fatores de risco e sobrecarga social e econômica”, financiado pela Fapesp e encerrado em 2009.
Entre os autores do artigo estão Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP), e Maria Carmen Viana, professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Andrade conduziu o Temático em parceria com Viana, que teve Bolsa de Pós-Doutorado da Fapesp, entre 2008 e 2009, no Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do IP-FM-USP, coordenado por Andrade.
Estudo epidemiológico de base populacional, o São Paulo Megacity Mental Health Survey avaliou uma amostra representativa de residentes da região metropolitana de São Paulo, com 5.037 pessoas avaliadas em seus domicílios, a partir de entrevistas feitas com base no mesmo instrumento diagnóstico. Os questionários incluíram dados sociais.
Segundo o estudo, 29,6% dos indivíduos na Região Metropolitana de São Paulo apresentaram transtornos mentais nos 12 meses anteriores à entrevista. Os transtornos de ansiedade foram os mais comuns, afetando 19,9% dos entrevistados. Em seguida, aparecem transtornos de comportamento (11%), transtornos de controle de impulso (4,3%) e abuso de substâncias (3,6%).
“Dois grupos se mostraram especialmente vulneráveis: as mulheres que vivem em regiões consideradas de alta privação apresentaram grande vulnerabilidade para transtornos de humor, enquanto os homens migrantes que moram nessas regiões precárias mostraram alta vulnerabilidade ao transtorno de ansiedade”, disse Andrade à Agência Fapesp.
A prevalência dos transtornos mentais, de quase 30%, é a mais alta entre os países pesquisados. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com pouco menos de 25%. A razão da alta prevalência, de acordo com a pesquisadora, pode ser explicada pelo cruzamento de duas variáveis incluídas no estudo: a alta urbanização e a privação social.
Em relação às outras regiões estudadas, a Região Metropolitana de São Paulo também teve a mais alta proporção de casos de transtornos mentais considerados graves (10%), bem acima do estimado em outros 14 países avaliados. Depois da metrópole paulista, os países com maior porcentagem de casos graves foram os Estados Unidos (5,7%) e Nova Zelândia (4,7%).
“Existiam dados na literatura mostrando que esses transtornos mentais têm alta prevalência em áreas urbanas. Por isto observamos o efeito de exposição à urbanidade, isto é, as pessoas que viveram a maior parte da vida em região urbana. Levamos em conta também a variável da privação social, estrutura etária da população, setor censitário, escolaridade do chefe de família, migração e exposição a eventos traumáticos violentos”, disse.
A exposição ao crime foi associada aos quatro tipos de transtornos mentais avaliados, segundo Andrade. A alta urbanidade está associada especialmente ao transtorno de controle e impulso. A privação social também tem impacto sobre o transtorno de abuso de substâncias e interfere na gravidade das doenças.
“As pessoas que moram em áreas precárias apresentam quadros mais graves e tendência ao abuso de substâncias. As que tiveram mais exposição à vida urbana têm mais transtornos de controle e impulso – em especial o transtorno explosivo intermitente, que é típico de situações de estresse no trânsito, por exemplo”, apontou.
Promoção da saúde mental
Ao cruzar as variáveis, os pesquisadores chegaram aos grupos de maior vulnerabilidade: mulheres que vivem em regiões de alta privação apresentam mais transtornos de humor e homens migrantes que vivem em região de média e alta privação têm mais transtornos de ansiedade. Pessoas com baixa escolaridade têm mais transtornos de ansiedade e de abuso de substâncias.
“Um dos diferenciais desse estudo é que incluímos nas entrevistas medidas de incapacitação, a fim de avaliar a gravidade das doenças. Concluímos que, entre as pessoas diagnosticadas com transtornos mentais, um terço corresponde a casos graves, um terço a casos moderados e um terço a casos leves. As pessoas com transtornos moderados e graves sofrem com algum tipo de incapacitação”, disse Andrade.
O estudo sugere que é preciso fortalecer, no sistema brasileiro de saúde básica – que inclui o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Saúde da Família –, uma integração entre atendimento e promoção da saúde mental.
“Não é possível ter um serviço especializado em todas as unidades, por isso é preciso equipar a rede com pacotes de diagnóstico e de conduta a serem utilizados pelos profissionais de cuidados primários. É preciso capacitar não só os médicos, mas também os agentes comunitários, que devem ser orientados para identificar casos não tão comuns como os quadros psicóticos, levando em conta os fatores de risco associados aos transtornos mentais”, afirmou Andrade.
O artigo Mental Disorders in Megacities: Findings from the São Paulo Megacity Mental Health Survey, Brazil, de Laura Andrade e outros, pode ser lido em www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0031879.
* Publicado originalmente no site Agência Fapesp.
O trabalho faz parte da Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que integra e analisa pesquisas epidemiológicas sobre abuso de substâncias e distúrbios mentais e comportamentais. O estudo é coordenado globalmente por Ronald Kessler, da Universidade Harvard (Estados Unidos).
Em artigo publicado na revista PLoS One no dia 14 de fevereiro, os autores apresentam os resultados da pesquisa São Paulo Megacity Mental Health Survey, que gerou para o relatório internacional os dados relativos ao Brasil – no país, o estudo se restringiu à Grande São Paulo.
O estudo foi realizado no âmbito do Projeto Temático “Estudos epidemiológicos dos transtornos psiquiátricos na região metropolitana de São Paulo: prevalências, fatores de risco e sobrecarga social e econômica”, financiado pela Fapesp e encerrado em 2009.
Entre os autores do artigo estão Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP), e Maria Carmen Viana, professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Andrade conduziu o Temático em parceria com Viana, que teve Bolsa de Pós-Doutorado da Fapesp, entre 2008 e 2009, no Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do IP-FM-USP, coordenado por Andrade.
Estudo epidemiológico de base populacional, o São Paulo Megacity Mental Health Survey avaliou uma amostra representativa de residentes da região metropolitana de São Paulo, com 5.037 pessoas avaliadas em seus domicílios, a partir de entrevistas feitas com base no mesmo instrumento diagnóstico. Os questionários incluíram dados sociais.
Segundo o estudo, 29,6% dos indivíduos na Região Metropolitana de São Paulo apresentaram transtornos mentais nos 12 meses anteriores à entrevista. Os transtornos de ansiedade foram os mais comuns, afetando 19,9% dos entrevistados. Em seguida, aparecem transtornos de comportamento (11%), transtornos de controle de impulso (4,3%) e abuso de substâncias (3,6%).
“Dois grupos se mostraram especialmente vulneráveis: as mulheres que vivem em regiões consideradas de alta privação apresentaram grande vulnerabilidade para transtornos de humor, enquanto os homens migrantes que moram nessas regiões precárias mostraram alta vulnerabilidade ao transtorno de ansiedade”, disse Andrade à Agência Fapesp.
A prevalência dos transtornos mentais, de quase 30%, é a mais alta entre os países pesquisados. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com pouco menos de 25%. A razão da alta prevalência, de acordo com a pesquisadora, pode ser explicada pelo cruzamento de duas variáveis incluídas no estudo: a alta urbanização e a privação social.
Em relação às outras regiões estudadas, a Região Metropolitana de São Paulo também teve a mais alta proporção de casos de transtornos mentais considerados graves (10%), bem acima do estimado em outros 14 países avaliados. Depois da metrópole paulista, os países com maior porcentagem de casos graves foram os Estados Unidos (5,7%) e Nova Zelândia (4,7%).
“Existiam dados na literatura mostrando que esses transtornos mentais têm alta prevalência em áreas urbanas. Por isto observamos o efeito de exposição à urbanidade, isto é, as pessoas que viveram a maior parte da vida em região urbana. Levamos em conta também a variável da privação social, estrutura etária da população, setor censitário, escolaridade do chefe de família, migração e exposição a eventos traumáticos violentos”, disse.
A exposição ao crime foi associada aos quatro tipos de transtornos mentais avaliados, segundo Andrade. A alta urbanidade está associada especialmente ao transtorno de controle e impulso. A privação social também tem impacto sobre o transtorno de abuso de substâncias e interfere na gravidade das doenças.
“As pessoas que moram em áreas precárias apresentam quadros mais graves e tendência ao abuso de substâncias. As que tiveram mais exposição à vida urbana têm mais transtornos de controle e impulso – em especial o transtorno explosivo intermitente, que é típico de situações de estresse no trânsito, por exemplo”, apontou.
Promoção da saúde mental
Ao cruzar as variáveis, os pesquisadores chegaram aos grupos de maior vulnerabilidade: mulheres que vivem em regiões de alta privação apresentam mais transtornos de humor e homens migrantes que vivem em região de média e alta privação têm mais transtornos de ansiedade. Pessoas com baixa escolaridade têm mais transtornos de ansiedade e de abuso de substâncias.
“Um dos diferenciais desse estudo é que incluímos nas entrevistas medidas de incapacitação, a fim de avaliar a gravidade das doenças. Concluímos que, entre as pessoas diagnosticadas com transtornos mentais, um terço corresponde a casos graves, um terço a casos moderados e um terço a casos leves. As pessoas com transtornos moderados e graves sofrem com algum tipo de incapacitação”, disse Andrade.
O estudo sugere que é preciso fortalecer, no sistema brasileiro de saúde básica – que inclui o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Saúde da Família –, uma integração entre atendimento e promoção da saúde mental.
“Não é possível ter um serviço especializado em todas as unidades, por isso é preciso equipar a rede com pacotes de diagnóstico e de conduta a serem utilizados pelos profissionais de cuidados primários. É preciso capacitar não só os médicos, mas também os agentes comunitários, que devem ser orientados para identificar casos não tão comuns como os quadros psicóticos, levando em conta os fatores de risco associados aos transtornos mentais”, afirmou Andrade.
O artigo Mental Disorders in Megacities: Findings from the São Paulo Megacity Mental Health Survey, Brazil, de Laura Andrade e outros, pode ser lido em www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0031879.
* Publicado originalmente no site Agência Fapesp.
Postado por: Leonardo Araújo
Não vamos acabar com a dengue?
Após um período agitado no qual nossas autoridades se mobilizaram de forma tão intensa para esclarecerem e convencerem a população sobre a gripe-A (suína), continuo perplexo ao constatar que essa doença maldita chamada dengue continua nos ameaçando em todos os cantos deste nosso país. Enquanto se investiram enormes somas para a aquisição da vacina contra a gripe, mesmo sabendo-se que a tal propalada grande epidemia não chegou perto de nós, nada se fez ou se faz efetivamente para combater esse ridículo mosquito transmissor dessa subdesenvolvida doença, que pode matar, principalmente agora, com o reconhecimento do tipo IV mais uma vez entre nós.
Não existe distinção entre pessoas que moram em áreas periféricas ou em luxuosos edifícios ou casas no que diz respeito à vulnerabilidade para serem afetadas pela doença. Bastam condições propícias ao desenvolvimento do mosquito a partir das suas larvas e pronto! Quem estiver estrategicamente localizado adquire a moléstia e, se tiver sorte, sofrerá bastante por cerca de uma semana até ficar curado. Entretanto, outros poderão não ter o mesmo destino e serem vítimas da forma hemorrágica em edição mais grave, vindo a falecer.
E aí? Se soubermos disto e nada mais fazemos exceto alertar que os recipientes d’água devem ser esvaziados para não atraírem o tal mosquito, não é lícito pensarmos que a maneira mais lógica (e banal) de fazer frente ao inimigo deveria ser um arregaçar de mangas das autoridades sanitárias para, via mutirão, educar a população de forma intensiva e, ao mesmo tempo, acabar com os focos utilizando-se todas as técnicas possíveis para fazê-lo? Infelizmente, todos concordam com isso, mas, na prática, pouca coisa se faz realmente e, se continuarmos nessa toada, mais e mais vítimas passarão a engrossar a estatística da dengue no nosso país, que, diga-se de passagem, orgulha-se de ser olhado por todo o mundo como a Meca das oportunidades nesses últimos tempos. Mas, como nos mostrar sérios como nação se deixamos a população a descoberto frente a uma doença de terceiro mundo, quando autoridades maiores bradam que estamos prestes a ser modelos de primeiro? Uma piada, não?
Com tudo isso, levanto uma dúvida que me tem perturbado: seria mais fácil combatermos a dengue se tivéssemos que gastar milhões em vacinas, isto se elas existissem? Haveria pessoas ou grupos interessados em comercializar essas vacinas, promovendo interesses? Não existem dúvidas quanto à existência daqueles que se beneficiam com aquisições milionárias de medicações após um teatral movimento gigantesco que gera pânico na população. Não é mais fácil se instituir práticas higiênicas como forma de aprendizado a todos os que não tenham esse conceito bem desenvolvido? No fundo, além de eficaz, esse método é também mais barato. O pior é que o calor vem chegando e esse mosquito tem tudo para se aproveitar ainda mais dessa condição.
Ah, como seria bom se fossemos mais sérios!!!
* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas
Não existe distinção entre pessoas que moram em áreas periféricas ou em luxuosos edifícios ou casas no que diz respeito à vulnerabilidade para serem afetadas pela doença. Bastam condições propícias ao desenvolvimento do mosquito a partir das suas larvas e pronto! Quem estiver estrategicamente localizado adquire a moléstia e, se tiver sorte, sofrerá bastante por cerca de uma semana até ficar curado. Entretanto, outros poderão não ter o mesmo destino e serem vítimas da forma hemorrágica em edição mais grave, vindo a falecer.
E aí? Se soubermos disto e nada mais fazemos exceto alertar que os recipientes d’água devem ser esvaziados para não atraírem o tal mosquito, não é lícito pensarmos que a maneira mais lógica (e banal) de fazer frente ao inimigo deveria ser um arregaçar de mangas das autoridades sanitárias para, via mutirão, educar a população de forma intensiva e, ao mesmo tempo, acabar com os focos utilizando-se todas as técnicas possíveis para fazê-lo? Infelizmente, todos concordam com isso, mas, na prática, pouca coisa se faz realmente e, se continuarmos nessa toada, mais e mais vítimas passarão a engrossar a estatística da dengue no nosso país, que, diga-se de passagem, orgulha-se de ser olhado por todo o mundo como a Meca das oportunidades nesses últimos tempos. Mas, como nos mostrar sérios como nação se deixamos a população a descoberto frente a uma doença de terceiro mundo, quando autoridades maiores bradam que estamos prestes a ser modelos de primeiro? Uma piada, não?
Com tudo isso, levanto uma dúvida que me tem perturbado: seria mais fácil combatermos a dengue se tivéssemos que gastar milhões em vacinas, isto se elas existissem? Haveria pessoas ou grupos interessados em comercializar essas vacinas, promovendo interesses? Não existem dúvidas quanto à existência daqueles que se beneficiam com aquisições milionárias de medicações após um teatral movimento gigantesco que gera pânico na população. Não é mais fácil se instituir práticas higiênicas como forma de aprendizado a todos os que não tenham esse conceito bem desenvolvido? No fundo, além de eficaz, esse método é também mais barato. O pior é que o calor vem chegando e esse mosquito tem tudo para se aproveitar ainda mais dessa condição.
Ah, como seria bom se fossemos mais sérios!!!
* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas
Postado por: Leonardo Araújo
quarta-feira, 7 de março de 2012
Doenças raras: Brasil tem cerca de 150 profissionais especializados
Brasília – O Brasil registra cerca de 150 profissionais especializados em doenças raras, segundo dados da Sociedade Brasileira de Genética Médica. Em entrevista à Agência Brasil, por ocasião do Dia Mundial das Doenças Raras, lembrado hoje (29), o presidente do órgão, Marcial Francis Galera, alertou que nos últimos anos o país registrou poucos avanços no campo da genética clínica. Ele lembrou que 80% dos casos de doenças raras têm origem genética.
Segundo Galera, em 2009, o governo brasileiro lançou a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica. “De lá para cá, a coisa andou muito pouco”. Para ele, seria necessária uma portaria normatizando o assunto. Este ano, acrescentou, o tema foi retomado, com uma reunião no início deste mês. “Mas, do ponto de vista concreto, nada saiu do lugar.”
Para o especialista, há certa “acomodação” por parte do governo, já que a maioria dos pacientes com algum tipo de doença rara só consegue atendimento em hospitais universitários. A verba utilizada para atender os casos é proveniente de investimentos em projetos de pesquisa.
Dados da associação mostram que os atendimentos a pacientes com doenças raras se concentram nas regiões Sul e Sudeste, sobretudo no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e em São Paulo. Outro problema, de acordo com Galera, é que poucos estudantes se interessam por uma especilização na área de genética clínica, já que não há estímulo por parte do governo. O cálculo é que o país precisa de pelo menos o dobro dos 150 especialistas com os quais conta atualmente.
Não há dados oficiais sobre o número de brasileiros atingidos por algum tipo de doença rara. A estimativa da associação é que entre 3% e 5% da população nasçam com algum tipo de problema genético. Há ainda a chance de que algo seja diagnosticado ao longo da vida adulta, o que eleva o índice para quase 10%, totalizando entre 15 milhões e 20 milhões de pessoas que precisam do auxílio de um geneticista.
“As autoridades devem se conscientizar da importância desse problema. No conjunto, essas pessoas formam uma grande parcela da população”, ressaltou Galera.
O Ministério da Saúde informou que vem avançando na elaboração de diretrizes para o diagnóstico, o atendimento e o tratamento das pessoas com doenças raras. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta atualmente com cerca de 26 protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas – 18 deles foram publicados nos últimos dois anos e envolvem a oferta de medicamentos e de tratamentos cirúrgico e clínico para reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“A assistência aos pacientes com doenças genéticas é um grande desafio do SUS devido à complexidade do assunto – existem cerca de cinco mil alterações genéticas que podem levar a essas doenças. Grande parte dessas doenças não tem cura, tratamento estabelecido, nem estudos que comprovem a eficácia de diagnóstico e tratamento”, destacou a pasta, por meio de nota.
* Edição: Graça Adjuto.
** Publicado originalmente no site Agência Brasil.
Segundo Galera, em 2009, o governo brasileiro lançou a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica. “De lá para cá, a coisa andou muito pouco”. Para ele, seria necessária uma portaria normatizando o assunto. Este ano, acrescentou, o tema foi retomado, com uma reunião no início deste mês. “Mas, do ponto de vista concreto, nada saiu do lugar.”
Para o especialista, há certa “acomodação” por parte do governo, já que a maioria dos pacientes com algum tipo de doença rara só consegue atendimento em hospitais universitários. A verba utilizada para atender os casos é proveniente de investimentos em projetos de pesquisa.
Dados da associação mostram que os atendimentos a pacientes com doenças raras se concentram nas regiões Sul e Sudeste, sobretudo no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e em São Paulo. Outro problema, de acordo com Galera, é que poucos estudantes se interessam por uma especilização na área de genética clínica, já que não há estímulo por parte do governo. O cálculo é que o país precisa de pelo menos o dobro dos 150 especialistas com os quais conta atualmente.
Não há dados oficiais sobre o número de brasileiros atingidos por algum tipo de doença rara. A estimativa da associação é que entre 3% e 5% da população nasçam com algum tipo de problema genético. Há ainda a chance de que algo seja diagnosticado ao longo da vida adulta, o que eleva o índice para quase 10%, totalizando entre 15 milhões e 20 milhões de pessoas que precisam do auxílio de um geneticista.
“As autoridades devem se conscientizar da importância desse problema. No conjunto, essas pessoas formam uma grande parcela da população”, ressaltou Galera.
O Ministério da Saúde informou que vem avançando na elaboração de diretrizes para o diagnóstico, o atendimento e o tratamento das pessoas com doenças raras. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta atualmente com cerca de 26 protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas – 18 deles foram publicados nos últimos dois anos e envolvem a oferta de medicamentos e de tratamentos cirúrgico e clínico para reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“A assistência aos pacientes com doenças genéticas é um grande desafio do SUS devido à complexidade do assunto – existem cerca de cinco mil alterações genéticas que podem levar a essas doenças. Grande parte dessas doenças não tem cura, tratamento estabelecido, nem estudos que comprovem a eficácia de diagnóstico e tratamento”, destacou a pasta, por meio de nota.
* Edição: Graça Adjuto.
** Publicado originalmente no site Agência Brasil.
Postado por: Leonardo Araújo
Como o comportamento exagerado dos pais afeta os filhos
Pesquisadores mostram como o comportamento dos pais afeta o das crianças pequenas. De acordo com os resultados, filhos de pais que se irritam facilmente ou que têm reações exageradas apresentam mais emoções negativas aos dois anos de idade.
O estudo da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, recolheu informações de 361 famílias de dez Estados. Todas as famílias adotaram um filho, para descartar a hipótese da influência genética nestes casos. No entanto, os pesquisadores também recolheram informações dos pais biológicos das crianças para comparar os resultados. Eles acompanharam as crianças dos nove meses aos dois anos e três meses de idade.
De acordo com os resultados, divulgados no periódico Development and Psychopathology, os filhos de pais que reagiam de forma exagerada a pequenos erros das crianças, ou que se irritavam facilmente, aos dois anos de idade elas ficavam tristes mais facilmente, além de serem crianças menos sociáveis.
A genética também teve um papel neste comportamento, particularmente entre as crianças com risco genético para emoções negativas. No entanto, estas crianças, quando criadas em um ambiente tranquilo, apresentavam menos destas características.
“Esta é uma idade em que as crianças testam mesmo os limites dos pais”, diz a principal autora do estudo, Shannon Lipscomb. “No entanto, pesquisas mostram que as crianças com elevados níveis de emoções negativas nesta faixa etária têm mais tendência a apresentar dificuldades para regular as emoções e problemas de comportamento na idade escolar.”
Para Limpscomb, a principal mensagem para os pais é saber permanecer firme e confiante para, desta forma, ajudar as crianças a modificar seu comportamento. “Os pais dão o exemplo com suas próprias emoções e atitudes”, finaliza.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
O estudo da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, recolheu informações de 361 famílias de dez Estados. Todas as famílias adotaram um filho, para descartar a hipótese da influência genética nestes casos. No entanto, os pesquisadores também recolheram informações dos pais biológicos das crianças para comparar os resultados. Eles acompanharam as crianças dos nove meses aos dois anos e três meses de idade.
De acordo com os resultados, divulgados no periódico Development and Psychopathology, os filhos de pais que reagiam de forma exagerada a pequenos erros das crianças, ou que se irritavam facilmente, aos dois anos de idade elas ficavam tristes mais facilmente, além de serem crianças menos sociáveis.
A genética também teve um papel neste comportamento, particularmente entre as crianças com risco genético para emoções negativas. No entanto, estas crianças, quando criadas em um ambiente tranquilo, apresentavam menos destas características.
“Esta é uma idade em que as crianças testam mesmo os limites dos pais”, diz a principal autora do estudo, Shannon Lipscomb. “No entanto, pesquisas mostram que as crianças com elevados níveis de emoções negativas nesta faixa etária têm mais tendência a apresentar dificuldades para regular as emoções e problemas de comportamento na idade escolar.”
Para Limpscomb, a principal mensagem para os pais é saber permanecer firme e confiante para, desta forma, ajudar as crianças a modificar seu comportamento. “Os pais dão o exemplo com suas próprias emoções e atitudes”, finaliza.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
Postado por: Leonardo Araújo
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Além de queimar gordurinhas, bike ajuda a reduzir emissões de CO2
Ao optar pela bicicleta como meio de transporte, muitos brasileiros evitam o estresse dos intermináveis engarrafamentos, espantam o sedentarismo e previnem um monte de doenças. Mas não é só isto. Por ser um ótimo exercício aeróbico, pedalar ajuda a secar as gordurinhas e deixa a barriga, as pernas e o bumbum durinhos. A pessoa perde os quilos extras, ganha massa muscular, aumenta a capacidade cardiorrespiratória e sente um bem-estar incrível. E nem precisa tanto esforço. Se você for de bicicleta até o supermercado ou à padaria diariamente, já estará dando adeus ao sedentarismo e a todas as encrencas relacionadas a ele.
Quer mais?
Sair pedalando por aí também é uma grande oportunidade de interagir com o meio, apreciar a paisagem, deixar o astral lá em cima e, de quebra, ajudar o planeta. Ao não usar seu automóvel por um dia, você, sozinho, deixa de lançar no ar seis quilos de gás carbônico, levando-se em conta os 30 quilômetros que, em média, uma pessoa motorizada percorre em uma grande cidade. Em um ano, basta fazer a conta, serão quase duas toneladas de CO2 a menos na atmosfera!
A vida sobre duas rodas
Circular sobre duas rodas é uma tendência no país inteiro. A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Bicicletas e Similares) estima que mais de 24 milhões de indivíduos pedalem todo santo dia. Deste contingente, cerca de 53% usa a sua bike como meio de transporte principal. E este índice não para de crescer. Só na capital paulista, o número de ciclistas urbanos mais do que dobrou nos últimos cinco anos.
E se você pensa em começar logo, indicamos uma visita ao site Bike Anjo. Lá existem várias e importantíssimas orientações para quem quer pedalar na cidade. Confira e vá de bike!
* Publicado originalmente no site Mercado Ético.
Quer mais?
Sair pedalando por aí também é uma grande oportunidade de interagir com o meio, apreciar a paisagem, deixar o astral lá em cima e, de quebra, ajudar o planeta. Ao não usar seu automóvel por um dia, você, sozinho, deixa de lançar no ar seis quilos de gás carbônico, levando-se em conta os 30 quilômetros que, em média, uma pessoa motorizada percorre em uma grande cidade. Em um ano, basta fazer a conta, serão quase duas toneladas de CO2 a menos na atmosfera!
A vida sobre duas rodas
Circular sobre duas rodas é uma tendência no país inteiro. A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Bicicletas e Similares) estima que mais de 24 milhões de indivíduos pedalem todo santo dia. Deste contingente, cerca de 53% usa a sua bike como meio de transporte principal. E este índice não para de crescer. Só na capital paulista, o número de ciclistas urbanos mais do que dobrou nos últimos cinco anos.
E se você pensa em começar logo, indicamos uma visita ao site Bike Anjo. Lá existem várias e importantíssimas orientações para quem quer pedalar na cidade. Confira e vá de bike!
* Publicado originalmente no site Mercado Ético.
Postado por: Leonardo Araújo
O risco das agulhas nas mãos erradas
Com projeto de lei tramitando no Congresso desde 2003, a acupuntura, vertente da medicina chinesa que consiste em tratamento de saúde a partir da sensibilização de pontos energéticos com agulhas, continua sem regulamentação. A situação preocupa médicos que atuam na área. Casos de má aplicação já tiveram consequências graves, como um paciente que teve pneumotórax em 2005.
A técnica se popularizou no Brasil na década de 1980 e conta com mais de 25 mil acupunturistas e cinco mil médicos especializados. Na China, é uma prática de três mil anos e foi incorporada ao ensino médico universitário na Revolução Cultural em 1966.
Hildebrando Sábato, médico e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, órgão oficial da Acupuntura Médica no país, explica que, como prática da saúde, a acupuntura deve fazer parte de um encaminhamento posterior ao diagnóstico médico.
O risco de acupunturistas que não sejam formados em medicina é de que o tratamento com outras técnicas possa ser negligenciado. “Às vezes, a acupuntura não é o tratamento mais indicado”, diz ele. Ele conta o caso de um paciente com apendicite, que teve complicações por ter recorrido à acupuntura (não médica) antes de recorrer ao diagnóstico.
Além da medicina, os conselhos de fisioterapia, biomedicina, enfermagem, farmácia e fonoaudiologia reivindicam a atividade como especialidade própria. “Não acho correto (não médicos exercerem a técnica) porque a acupuntura é uma prática médica. Nós não podemos proibi-los de fazer”, afirma Sábato.
Segundo ele, o acupunturista pode fazer um diagnóstico “energético”, que difere do procedimento “etio-clínico-nosológico”, padrão na medicina e que detecta a doença em todos os seus patamares.
Hoje, o certificado de especialização em acupuntura pode ser obtido tanto por médicos – o CMBA é um dos órgãos que aplicam a prova de título na área –, quanto em cursos livres. Sem regulamentação, na prática, qualquer pessoa pode exercer a profissão. No projeto de lei 1549/2003, a prática seria restrita àqueles que já têm mais cinco anos de atuação na área, profissionais da saúde especializados e aos que obtiverem diploma de ensino superior em acupuntura, além de certificados internacionais que tenham equivalência aos cursos oficializados no Brasil. Todos outros cursos não regulamentados e profissionais sem especialização ficariam proibidos do exercício.
O próprio texto indica a divergência entre a prática por médicos e não médicos: “Os profissionais de saúde tiveram melhor percepção do seu potencial curativo e a reconheceram como especialidade muito antes dos médicos”, diz a justificativa do projeto.
No voto do relator, o deputado Eduardo Moury, em 2010, destacou a “briga” entre as entidades de classe médica e as representantes das demais categorias da saúde, que contestaram legalmente a restrição da técnica a uma especialidade médica. O texto também lembra que muitos dos responsáveis pela introdução desta técnica no Brasil não têm formação universitária, e seriam contemplados pela lei.
Aprovado na última semana na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, o projeto de lei 7703, de 2006, denominado Ato Médico, suscitou novamente a discussão. O texto não aborda especificamente o tema, mas aponta que práticas invasivas são de competência exclusiva dos profissionais da medicina, o que criou um temor de que, nas entrelinhas, significaria a proibição da acupuntura para os não médicos.
“Do ponto de vista técnico, você está fazendo a inserção de instrumentos cirúrugicos”, afirma Sábato. Na lei, a indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios são privativas dos médicos. Para Sábato, no entanto, esta interpretação não confere. “Tatuadores têm a mesma preocupação, mas não vão versar sobre sua atividade. Existem preocupações muito alarmistas”, afirma. O projeto de lei estabelece as práticas exclusivas do profissional da medicina, a exemplo de todas as outras 13 especialidades da saúde, que já possuem regulação. “Todas as profissões têm sua lei: só a medicina que não. Parecia óbvio demais o que era atribuição do médico”, explica.
* Publicado originalmente no site Carta Capital.
A técnica se popularizou no Brasil na década de 1980 e conta com mais de 25 mil acupunturistas e cinco mil médicos especializados. Na China, é uma prática de três mil anos e foi incorporada ao ensino médico universitário na Revolução Cultural em 1966.
Hildebrando Sábato, médico e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, órgão oficial da Acupuntura Médica no país, explica que, como prática da saúde, a acupuntura deve fazer parte de um encaminhamento posterior ao diagnóstico médico.
O risco de acupunturistas que não sejam formados em medicina é de que o tratamento com outras técnicas possa ser negligenciado. “Às vezes, a acupuntura não é o tratamento mais indicado”, diz ele. Ele conta o caso de um paciente com apendicite, que teve complicações por ter recorrido à acupuntura (não médica) antes de recorrer ao diagnóstico.
Além da medicina, os conselhos de fisioterapia, biomedicina, enfermagem, farmácia e fonoaudiologia reivindicam a atividade como especialidade própria. “Não acho correto (não médicos exercerem a técnica) porque a acupuntura é uma prática médica. Nós não podemos proibi-los de fazer”, afirma Sábato.
Segundo ele, o acupunturista pode fazer um diagnóstico “energético”, que difere do procedimento “etio-clínico-nosológico”, padrão na medicina e que detecta a doença em todos os seus patamares.
Hoje, o certificado de especialização em acupuntura pode ser obtido tanto por médicos – o CMBA é um dos órgãos que aplicam a prova de título na área –, quanto em cursos livres. Sem regulamentação, na prática, qualquer pessoa pode exercer a profissão. No projeto de lei 1549/2003, a prática seria restrita àqueles que já têm mais cinco anos de atuação na área, profissionais da saúde especializados e aos que obtiverem diploma de ensino superior em acupuntura, além de certificados internacionais que tenham equivalência aos cursos oficializados no Brasil. Todos outros cursos não regulamentados e profissionais sem especialização ficariam proibidos do exercício.
O próprio texto indica a divergência entre a prática por médicos e não médicos: “Os profissionais de saúde tiveram melhor percepção do seu potencial curativo e a reconheceram como especialidade muito antes dos médicos”, diz a justificativa do projeto.
No voto do relator, o deputado Eduardo Moury, em 2010, destacou a “briga” entre as entidades de classe médica e as representantes das demais categorias da saúde, que contestaram legalmente a restrição da técnica a uma especialidade médica. O texto também lembra que muitos dos responsáveis pela introdução desta técnica no Brasil não têm formação universitária, e seriam contemplados pela lei.
Aprovado na última semana na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, o projeto de lei 7703, de 2006, denominado Ato Médico, suscitou novamente a discussão. O texto não aborda especificamente o tema, mas aponta que práticas invasivas são de competência exclusiva dos profissionais da medicina, o que criou um temor de que, nas entrelinhas, significaria a proibição da acupuntura para os não médicos.
“Do ponto de vista técnico, você está fazendo a inserção de instrumentos cirúrugicos”, afirma Sábato. Na lei, a indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios são privativas dos médicos. Para Sábato, no entanto, esta interpretação não confere. “Tatuadores têm a mesma preocupação, mas não vão versar sobre sua atividade. Existem preocupações muito alarmistas”, afirma. O projeto de lei estabelece as práticas exclusivas do profissional da medicina, a exemplo de todas as outras 13 especialidades da saúde, que já possuem regulação. “Todas as profissões têm sua lei: só a medicina que não. Parecia óbvio demais o que era atribuição do médico”, explica.
* Publicado originalmente no site Carta Capital.
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Campanha da Fraternidade 2012
O Brasil com cerca de 192,3 milhões de habitantes (IBGE, 2010) e 5.565 municípios sendo que em aproximadamente 1.000 deles não há médicos, tem nos SUS o único acesso à saúde para 150 milhões (78% da população) de brasileiros. São 63 mil unidades ambulaoriais, 6 mil hospitais e 440 mil leitos hospitalares espalhados pelo país.
Segundo o próprio Ministério da Saúde, só em 2006 foram 1 bilhão de procedimentos de atenção primária, 300 milhões de exames laboratoriais, 150 milhões de consultas médicas e 132 milhões de atendimentos de alta complexidade. E ainda, anualmente, há cerca de 12 milhões de internações, 2 milhões de partos e 12.000 transplantes de órgãos em toda a rede do SUS.
Estes indicadores demonstram a importânicia do SUS para a população.
Pe. Luiz Carlos Dias
Secretario da CF - CNBB
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